Campos Neto repetiu que a massa de operações no cartão de crédito no parcelado sem juros é três vezes maior que vendas com juros
Por Anderson Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que não propôs o fim do parcelamento sem juros do cartão de crédito, mas sim, criar “desincentivos” para o crescimento da modalidade mais longa. Ele afirmou não ter conhecimento sobre o projeto final do Congresso a respeito desse assunto.
“Não tem solução tomada sobre parcelado sem juros. A solução sobre rotativo e parcelado sem juros provavelmente será tomada pelo CMN [Conselho Monetário Nacional], e o BC é apenas um voto. Precisamos ter uma solução que equilibre, porque não pode ter inadimplência tão grande em cartões que leve à reversão do produto”, afirmou o presidente do Banco Central.
Campos Neto voltou a afirmar que a massa de operações no cartão de crédito no parcelado sem juros é três vezes maior que as vendas com juros. “Aliado a isso, outro problema foi o crescimento rápido da emissão de cartões, que passou de 100 milhões para 220 milhões. Com mais cartões no parcelamento sem juros, a inadimplência ficou muito grande”, repetiu.
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Segundo ele, mesmo com a Selic parada, o juro do rotativo do cartão de crédito subiu quase 70%. “Novos entrantes do mundo de cartões, principalmente no varejo, emitiram muito de cartões”, acrescentou.
“O presidente do BC disse que está trabalhando com o governo em busca de soluções técnicas que sejam viáveis de serem aprovadas no Congresso. “Ninguém quer criar solução que crie ruptura e prejudique o consumo e gere impacto para as pessoas. A solução vai passar por aspecto técnico e aspecto político”, concluiu.