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sábado, 27 abril, 2024

Nilton Chieppe conta a história de sucesso da Águia Branca

Ex-presidente do Grupo Águia Branca relembra o início a trajetória do sucesso empresarial da família Chieppe, que hoje atua em diversos negócios com suas 23 empresas

Por Kamila Rangel

Com os imigrantes italianos, que há 150 anos desembarcaram em terras capixabas, vieram também a esperança, a coragem e a força de vontade de um povo que, fugindo de uma série de adversidades no país europeu, desejava viver aqui uma nova história. Ao trilharem suas trajetórias individuais, os italianos ajudaram a escrever um enredo de crescimento e desenvolvimento para o Espírito Santo.

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O trabalhador rural Domenico Chieppe, que em 1888 chegou ao porto de Vitória, certamente merece crédito por isso.

Foi ele o responsável por trazer da Itália a família que, hoje, é um dos maiores exemplos de empreendedorismo no Estado. Nilton Chieppe, bisneto de Domenico, contou como se desenrolou toda essa trajetória que, hoje, é a história do Grupo Águia Branca, do qual é um dos fundadores.

Quando chegou ao Espírito Santo, Domenico já era pai de Giuseppe, que, mais tarde, tornou-se pai de Carlos, um visionário que, em 1936, recusou-se a fazer o que todos já faziam, dando início à jornada de inovação dos Chieppe. Em vez de plantar café, Carlos decidiu investir no transporte dos grãos. Foi o começo de um dos maiores conglomerados de transporte e logística do Brasil.

“Meu pai, mais conhecido como Seu Carlin, decidiu, aos 42 anos, depois de ajudar na criação dos irmãos, empreender por conta própria, fazendo uma história que muito nos orgulha.

Com poucos recursos, um terreno e muita disposição, ele era inovador. Enquanto todos na época plantavam café, meu pai viu que era melhor transportar o café. Em 1936, comprou uma tropa de burros e, depois, uma segunda tropa. Mais tarde, decidiu comprar um caminhão. As estradas, entretanto, eram muito ruins, e o lucro estava curto. Foi aí que ele resolveu trocar o caminhão por um ônibus, isso em 1946, lançando, assim, a semente do Grupo Águia Branca”, contou Nilton, um dos dez filhos de Carlos Chieppe.

Família Chieppe: 77 anos após a “virada de chave” de Carlos Chieppe, herdeiros estão no comando de 23 empresas, com atuação em praticamente todo o Brasil - Foto: Divulgação
Família Chieppe: 77 anos após a “virada de chave” de Carlos Chieppe, herdeiros estão no comando de 23 empresas, com atuação em praticamente todo o Brasil – Foto: Divulgação

Nilton e os irmãos Vallecio, Aylmer, Wander e Luiz Wagner construíram os alicerces do Grupo cuja construção está permanentemente em curso. Setenta e sete anos após a “virada de chave” de Carlos Chieppe, a família está no comando de 23 empresas, com 17 mil colaboradores e atuação em praticamente todo o Brasil.

“Meu pai lançou a semente, mas, de fato, foram os três filhos mais velhos dele que viabilizaram a consolidação do que hoje é o Grupo Águia Branca. O mais velho, Vallecio, tinha alguns ônibus, operando poucas linhas.

O mesmo acontecia com Aylmer e Wander.

Em 1961, eles se juntaram. Então, passaram a trabalhar com a marca Viação Águia Branca. Depois, também entrou para a sociedade o Cláudio Moura. Mais tarde, na década de 1970, eu, que sou o nono filho, e Luiz Wagner, o caçula, passamos a fazer parte da construção do Grupo”, relembrou.

Hoje, novas gerações estão à frente dos negócios, e outras já estão sendo formadas para isso, baseadas em valores como integridade, confiança, evolução e segurança, os quais, segundo Nilton, justificam todo o sucesso já conquistado e o que ainda está por vir.

Ao trocar o caminhão que transportava café por um ônibus, Carlos Chieppe lançou a semente do que viria a ser o Grupo Águia Branca - Foto: Divulgação
Ao trocar o caminhão que transportava café por um ônibus, Carlos Chieppe lançou a semente do que viria a ser o Grupo Águia Branca – Foto: Divulgação

“Em julho deste ano, comemoraremos 78 anos de fundação, tendo como referência a compra daquele primeiro ônibus, o que injetou nos descendentes esse DNA de pioneirismo, inovação e amor pelo transporte rodoviário de passageiros”, afirmou o empresário.

Na década de 1970, a família Chieppe começou a diversificar os negócios, não se restringindo apenas ao transporte de passageiros. As atividades se estenderam aos ramos de logística e comércio de veículos, automóveis e caminhões.

“Continuamos estudando possibilidades de novos negócios. Atualmente, fazem parte do Grupo as empresas Agaxtur, Águia Flex, Autoport, Azul Agro, EBEC, Go Drive, Go Green, Kyoto, Kurumá, Let´s, Osaka, Savana, Servicargas, Squad, Viação Águia Branca, Vitória Diesel, Vitória Motors Jeep, Vitória Motors BYD, Vitória Motors Mercedes Benz, VIX Par, VIX Logística, V1 e We Safety. São cerca de 17 mil colaboradores e atuação em praticamente todos os estados do Brasil”, citou Nilton.

Questionado sobre as diferenças entre empreender no passado e nos dias atuais, ele comentou que, hoje, é preciso ter muita competência para se diferenciar da concorrência.

No passado, havia grandes oportunidades, porque eram muitas as possibilidades de pioneirismo em negócios diversos. Atualmente, a concorrência é infinita em todos os setores, e os negócios são todos milimétricos, exigindo extrema competência e domínio pleno do mundo digital”, ponderou.

Para o empresário, a tecnologia e a inovação foram, são e sempre serão essenciais para o crescimento do Grupo Águia Branca.

“Eu tenho certeza de que a inovação é fundamental. Nos últimos 12 anos, seguramente, com um trabalho liderado por Decio Chieppe, temos avançado ainda mais nesse ponto.

Fachada do prédio do Grupo Águia Branca, localizado na Avenida Mario Gurgel, em Cariacica-ES - Foto: Reprodução
Fachada do prédio do Grupo Águia Branca, localizado na Avenida Mario Gurgel, em Cariacica-ES – Foto: Reprodução

Aliás, a geração que nos sucedeu, com Decio, Renan, Kaumer e Riguel, revelou-se muito competente na defesa e na ampliação do legado. E eu vejo que o mesmo já está acontecendo com a geração posterior”, disse.

O empresário foi discreto sobre quais serão os novos investimentos do Grupo, mas ressaltou que a família está sempre de olho em novas oportunidades e disse que empreender é o melhor caminho.

“Esperamos que as economias do Estado e do Brasil se fortaleçam ainda mais, contribuindo, assim, para gerar negócios para o Grupo Águia Branca e para muitos outros.

As novas gerações estão muito preparadas para os desafios do mundo atual, que é digital ao extremo e tem muitas janelas de oportunidades. Com garra, disciplina, visão de futuro e mais uma base de valores sólidos, creio que é possível empreender com sucesso”, concluiu.

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