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domingo, 28 abril, 2024

Poupança tem a segunda maior retirada da sua história

Apenas em 2022  foi registrado um saque maior. Saiba a razão disso acontecer no Estado e no país.

Por Gustavo Costa

A Poupança teve saque líquido de R$ 87,819 bi em 2023, o segundo maior da série histórica, iniciada em 1995. O saque líquido nos 12 meses só não superou o recorde negativo registrado em 2022, quando a saída alcançou R$ 103,237 bilhões.

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Em 2023, apenas os meses de junho e dezembro foram positivos para a Poupança.  Mas o que causou um saque tão expressivo no ano que passou? Para Gabriel Meira, líder de relacionamento dos comitês de conteúdo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), dois fatores podem responder a questão:  taxa de juros e endividamento.

Segundo Meira, o país passou por um cenário atípico e esses fatores ajudam a elucidar a situação da Poupança. “Quando se fala em taxa de juros, vivemos um ano com uma taxa de juros acima de 12%, 13%. A Poupança nesse cenário passa a render com a Selic acima de 8,5%, algo em torno de 0,5% ao mês. O problema é quando você começa a ver todo mundo falando que é possível ter uma rentabilidade de 1% ao mês, sem risco, né? Contra 0,5% da poupança, as pessoas começam a se questionar”, explicou.

Já o outro ponto é em relação ao endividamento dos brasileiros, e mais especificamente, dos capixabas. “A gente tem quase 80% das famílias brasileiras endividadas, com o nome no SPC / Serasa. Você tem uma grande parte dos resgates disso também para quitação de dívidas e de operação de crédito, que aumentou bastante”, disse ele.

A necessidade de buscar educação financeira

Por mais que as pessoas queiram investimentos mais rentáveis que a Poupança, no ponto de Meira, é preciso que a população busque informações de qualidade sobre investimentos, evitando perder dinheiro.  “Falta também interesse das pessoas em pesquisar sobre isso, mas você vê um número cada vez maior da base de influenciadores de finanças. Então, existe um próprio estudo, um estudo da própria Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), por exemplo, que mapeia todos os influenciadores de finanças e você vê claramente um crescimento absurdo na base de seguidores dessas pessoas, então na base de informações sendo compartilhadas”.

Segundo Meira hoje no país existem mais de 16 mil assessores de investimentos, mais de 30 mil gerentes de banco. “Você tem dezenas de influenciadores financeiros que ajudam a capilarizar e descer todas essas informações mais mastigadas. Mas é um caminho muito longo para essa informação chegar a todas as camadas da população. Você ainda tem um percentual muito pequeno de brasileiros que tem uma renda acima de R$ 5 mil. Então, sobra muito pouco para o brasileiro investir”, analisou.

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