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domingo, 28 abril, 2024

Petrobras: suspensão das vendas de ativos afeta Norte do ES

“Independentes” são impactadas e setor empresarial defende a retomada do programa de desinvestimentos da Petrobras

Por Amanda Amaral

Em razão da solicitação do Ministério de Minas e Energia (MME) da suspensão por 90 dias das vendas de ativos da Petrobras, representantes da indústria de petróleo e gás e das empresas fornecedoras de bens e serviços para o setor no Espírito Santo, se manifestaram esta semana a favor da continuidade dos desinvestimentos da petroleira. Há contratos que somam US$ 619 milhões.

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A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a Rede Petro ES alegam perdas econômicas e sociais para o Espírito Santo no caso da não continuidade das vendas em trâmite ou não concluídas dos ativos da Petrobras.

“No Espírito Santo, por exemplo, os negócios em curso – que podem ser comprometidos com a suspensão – somam US$ 619 milhões em dois contratos já assinados e que ainda aguardam desfecho. Um é o Polo Norte Capixaba, com campos maduros onshore, para a Seacrest Petróleo, por US$ 544 milhões, e o outro são os Polos Golfinho e Camarupim, no pós-sal da Bacia do Espírito Santo, para a BW Energy, por US$ 75 milhões”, defende a Findes no documento.

Em seu posicionamento, a Federação cita que a conclusão dos contratos já firmados e em fase de negociação garantem: abertura de mercado; melhoria da competividade da indústria; atração de novos investimentos; e geração de empregos.

Para a Findes, o movimento de venda de ativos de produção de petróleo e gás natural ajuda a reduzir a dependência da cadeia produtiva de projetos da Petrobras. “Exemplo disso é a atuação de petroleiras menores e privadas focadas em explorar campos em terra (onshore), justamente a partir do plano de desinvestimentos da estatal, iniciado em 2015”, destaca o documento.

Empresas independentes

Em entrevista exclusiva ao Portal ES Brasil, o presidente da Rede Petro ES, Rafele Cé, afirmou que em função da suspensão das vendas dos ativos da Petrobras, a retomada dos investimentos no Polo Norte Capixaba pode demorar de quatro a cinco anos. “Isso vai onerar muito as empresas locais. Os produtores independentes já estavam preparados para realizar os investimentos necessários. Ao longo de 2023, estavam previstas campanhas de perfuração. Esse revés pode afetar muito a região”, conclui.

petrobras
Rafaele Cé, presidente da Rede Petro ES, destaca a importância das “independentes”. Foto: Victor Leonel

Para o presidente da entidade, a chegada de produtores independentes, após o plano de desinvestimentos da Petrobras, impulsionará a produção local. “As empresas independentes, em razão da proximidade que elas têm com os fornecedores locais, vão fomentar a economia da região. A nossa esperança é que o norte capixaba se torne um grande polo do setor de óleo e gás, essa é nossa expectativa. As operadoras que trabalham no Espírito Santo também atuam em outros locais do país, como na Bahia e no Rio Grande do Norte. Há uma sinergia muito grande com as independentes, que vão aumentar muito a produção, e os principais players serão da produção onshore”, afirmou.

A Petrobras informou que no dia 1º de março recebeu ofício do MME solicitando a suspensão da venda de ativos por 90 dias, em razão da reavaliação da Política Energética Nacional atualmente em curso e da instauração de nova composição do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Confira o documento da Findes na íntegra clicando aqui.

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