O envelhecimento aumenta as demandas sociais e econômicas de um país e, portanto, é indispensável que os governos valorizem essa parcela da população
Por Gustavo Genelhu
O envelhecimento da população é uma realidade cada vez mais vivenciada na sociedade atual. De acordo com o recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2000 e 2023, a proporção de idosos no Brasil quase duplicou. A idade média dos brasileiros, que em 2023 era de 34,8 anos, passará a ser de 51,2 anos.
O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou um diagnóstico que analisa o perfil sociodemográfico dos idosos no Espírito Santo. O levantamento revelou que o Estado ocupa o 6º lugar no índice de envelhecimento entre as Unidades Federativas do Brasil.
Segundo o estudo, denominado IJSN Especial – Panorama do Idoso no Espírito Santo, o Espírito Santo apresenta um índice de envelhecimento de 58,12%, acima da média nacional de 55,24%.
O envelhecimento populacional pode ser justificado por alguns fatores determinantes, como a queda da fecundidade e o aumento da perspectiva de vida da população (que aumentou significativamente nos últimos anos, estando em uma média atual de 73,1 anos para homens e, 79,7 anos para mulheres), além do maior acesso aos serviços de saúde e serviços sanitários ao longo das décadas.
À medida que o mundo vive essa perspectiva de aumento da população idosa, é importante atentar-se para algumas necessidades que se fazem um tanto urgentes para garantir que esse envelhecimento seja positivo e saudável. Afinal, conforme vamos envelhecendo, a necessidade de cuidados se intensifica, principalmente no que tange à saúde física e mental.
Para isso, é fundamental a atuação em várias frentes. Por parte dos governos, é preciso que se priorizem políticas públicas eficientes, capazes de garantir os direitos básicos da terceira idade, que também cresce em carências que não se pode ignorar.
Além de suprir as demandas assistenciais, tais políticas precisam assegurar coletivos que dignificam a vida dos idosos, como acesso à Justiça, à previdência, ao atendimento preferencial, ao lazer, a uma urbanização adequada, a boas condições sanitárias e nutricionais, entre outros benefícios de caráter protetivo que preservam a qualidade de vida desse público, possibilitando que esses indivíduos exerçam sua cidadania.
O envelhecimento aumenta diretamente as demandas sociais e econômicas de um país e, portanto, é indispensável que os governos valorizem essa importante parcela da população com iniciativas funcionais e eficazes.
É fundamental priorizar as necessidades e promover, dentro da realidade de cada um, o enfrentamento às adversidades que contribuem para uma terceira idade adoecida e sem esperança.
Gustavo Genelhu é médico geriatra, formado em Medicina pela Universidade Gama Filho e com residência em Clínica Médica pela UFRJ