Especialistas ouvidos pela ES Brasil dão dicas para obter o resultado. Entre elas, a nudança de mentalidade – de apenas consumidor para investidor – é a principal
Por Gustavo Costa
Para quem começa a trajetória como investidor do zero, a primeira etapa, juntar os primeiros R$ 100 mil, pode ser justamente a mais difícil. Antes de mais nada, o primeiro obstáculo para o poupador está em mudar a mentalidade e adquirir disciplina.
Essa mentalidade, aliás, que muitos têm em relação ao dinheiro pode ter um grande impacto em nossas finanças pessoais. Sair do ponto onde está a maioria, com todo o dinheiro que cai na conta sendo usado em seguida para quitar contas, parcelamentos, fazer novos compromissos, não é fácil. O salário chega e logo se vai, e a pessoa não sai do lugar, por anos a fio.
E para quem tem esse modo de pensar, o próprio valor recebido acaba não tendo importância, já que mesmo que essa pessoa progredisse na carreira e recebesse um aumento, ela encontraria uma forma de gastar todo esse dinheiro sem investir nada. “Por isso, é fundamental mudar a forma que você pensa sobre o dinheiro e sua relação com ele. Vê-lo como uma ferramenta para ajudá-lo a alcançar seus objetivos e criar um futuro financeiramente estável para si mesmo e para sua família. Isso pode significar repensar seus hábitos de consumo e investir em sua educação financeira. Dessa forma, você estará dando o primeiro passo para chegar nos seus primeiros R$ 100 mil e construir a vida financeira que deseja”, falou o investidor Ronaldo Souza.
Equilíbrio é preciso
Para Sara Maiza, coordenadora de Educação no Ibef Social e estrategista em finanças, juntar os primeiros R$ 100 mil é mais difícil, devido a falta de consciência e educação financeira na infância e juventude. “Temos uma geração que começa a se atentar para a importância de poupar a partir dos 30, 40 anos ou até mais. Além disso, é uma fase de construção do padrão de vida. Equilibrar o que se recebe e o padrão que deseja viver. É muito importante que as pessoas aprendam a fazer mais dinheiro e viver dentro desse padrão. A disciplina é ter clareza de quanto custa a vida que deseja viver, por fases, anotar todas as receitas e despesas, e criar uma meta com foco no valor de R$ 100mil e tempo que consegue conquistar a meta, falou ela.
Quando o investidor aprende a identificar os gastos desnecessários e reduzí-los, pode direcionar o recurso para investimentos que vão aumentar o patrimônio ao longo do tempo. Ao se registrar todos os gastos e os ganhos, é possível estabelecer metas de economia e planejar seus investimentos com mais clareza para chegar à meta. “No entanto, economizar não significa passar por privações ou deixar de aproveitar a vida. Trata-se de encontrar um equilíbrio saudável entre seus gastos e investimentos. E isso só é possível se você mudou sua mentalidade em relação ao dinheiro e compreende a importância de investir em seu futuro financeiro”, explicou Souza. Segundo ele, ao cortar as despesas necessárias, o investidor libera recursos para investir em algo que realmente importa: o futuro financeiro.
Aplicações seguras
Além de mudar a mentalidade, é importante começar com a quantia que esteja confortável e não te deixe apertado. Procure aplicações seguras, e em tempos de taxa Selic nas alturas, não faltam CDBs, LCIs e LCAs, que oferecem ótimos rendimentos e segurança em diversos bancos e corretoras.
O investidor tem a consciência de que apenas cortar gastos não é suficiente, e sim aumentar a capacidade de aportes. Seja juntando a renda do casal, seja conseguindo outras rendas, através de um segundo emprego ou ocupações paralelas. E assim, um aporte que começa com R$ 500 investidos por mês, logo podem se tornar R$ 1 mil ou R$ 2 mil em alguns anos. Quanto mais se investe, e mais tempo os aportes são deixados rendendo, maior a chance de alcançar o objetivo.
Para Maiza, tudo deve ser feito no tempo de cada um. Segundo ela, existem fases no comportamento financeiro das pessoas, primeiramente sair do perfil endividado, começar a poupar e futuramente ser um investidor. É importante que siga essas etapas. Além disso, Cortar os supérfluos é importante, porém é necessário ter uma estratégia de como aumentar a renda, o caminho para acelerar esse processo é aumentar renda e reduzir despesas. Aumentar os aportes ao longo do tempo e criar um plano de investimentos, para ter clareza em quanto tempo consegue alcançar os R$ 100 mil”, destacou.
