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quarta-feira, 1 maio, 2024

Lula toma posse em meio a protestos

A ausência do vice-presidente Michel Temer reafirma a perda do apoio do PMDB.

Enquanto do lado de fora do Planalto, manifestante gritavam palavras de ordem contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula; do lado de dentro, na cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro da Casa Civil, defensores do governo gritavam que não haveria golpe. Entre os tantos incidentes na posse do ex-presidente Lula na Casa Civil na manhã desta quinta-feira (17), o deputado federal Major Olímpio 9SD/SP) foi retirado da cerimônia porque gritou “Vergonha! Vergonha!”. No Espírito Santo, os protestos durante a posse ocorreram na Grande Vitória, em diversos bairros – Camburi, Jardim América, Laranjeiras, Praia da Costa, Itapuã – e em outras cidades, como Linhares, Guarapari,  Cachoeiro e Colatina.

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Em seu discurso de posse, Dilma Roussef, reafirmou que o documento de posse enviado a Lula anteriormente, e que tem sido classificado pela oposição como ferramenta de defesa do ex-presidente, era para ser usado caso Lula não pudesse comparecer ao evento de posse, uma vez que a esposa de Lula, Marisa Letícia, segundo Dilma, está doente. A presidente também classificou de ‘grampo ilegal’ a interceptação telefônica, divulgada na quarta-feira pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, em que ela avisa a Lula sobre o envio do documento.Mas o alvo das críticas de parlamentares pró governo e da própria presidente Dilma Rousseff, as interceptações telefônicas, segundo o ministro do STF Gilmar Mendes, são legais.

Dilma Rousseff criticou ainda o que chamou de “vazamentos seletivos”, em referência à divulgação das conversas telefônicas do ex-presidente Lula. Durante a cerimônia, convidados gritaram palavras de ordem contra a Rede Globo.

A presidente afirmou que “não há Justiça quando delações são tornadas públicas de forma seletiva para execração de alguns investigados e quando depoimentos são transformados em fatos espetaculares. Não há Justiça quando leis são desrespeitadas e a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantidas constutucionais da própria presidente da República são violadas.

A presidente Dilma Rousseff disse que a Justiça e o combate à corrupção são mais fortes e dignos “quando respeita os princípios institucionais”. “Vivemos um momento ímpar, em que combate à corrupção tem sido realizado sem imposição de qualquer obstáculo por parte do governo federal, mas momento que temos de reafirmar a centralidade dos direitos individuais, da normalidade institucional e da soberania da Constituição. Somente haverá Justiça com respeito rigoroso a princípios orientadores de sua execução – em especial a presunção de inocência e o amplo direito de defesa de qualquer cidadão. A justiça, o combate à corrupção sempre é mais forte e digno quando respeita os princípios constitucionais”, disse a presidente. Sobre o impeachment, Dilma enfatizou que desde que tomou posse enfrenta a oposição de pessoas que tentam retirar seu mandato e paralisar o país.

“O presidente Lula, os ministros Eugênio Aragão e todos os ministros do governo, toda a nossa base social, nós teremos mais força de superar as armadilhas que jogam em nosso caminho aqueles que desde a minha eleição não fizeram outra coisa que tentar paralisar o meu governo, me impedir de governar ou me tirar o mandato de forma golpista”, disse.
A presidente disse ainda que quem defende o impeachment não terá “força política” para afastá-la do governo. “A gritaria dos golpistas não vai me tirar do rumo”, encerrou a presidente.

O vice-presidente Michel Temer não compareceu à cerimônia de posse, o que fortalece  ainda mais a postura de afastamento do PMDB da base aliada, o que fortalece a fragilidade do governo. Após a posse, o confronto entre os grupos pró impeachment, com cerca de duas mil pessoas, e o grupo pró-governo, com média de 400 pessoas, se intensificou. Os cordões de isolamento foram rompidos e apenas uma grade e um cordão de policiais separa os manifestantes do Palácio do Planalto. O exército fez um longo cordão de isolamento e quem estava acompanhando a cerimônia de posse não consegue deixar o Planalto.

 

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