Lula e presidente eleito do Paraguai discutem Itaipu

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Lula já confirmou a presença nas cerimônias de posse presidencial do paraguaio, em Assunção, no próximo dia 15 de agosto - Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Temas relacionados ao Mercosul e à integração sul-americana também foram pauta da reunião na tarde de sexta-feira (28)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, na última sexta-feira (28), em Brasília. O encontro é o segundo de Lula com o futuro mandatário paraguaio desde as eleições no país vizinho, em abril.

Deverão ser tratadas questões da agenda bilateral, como a gestão de Itaipu Binacional, a infraestrutura comum e a cooperação no combate a ilícitos transnacionais e em matéria de defesa. Temas relacionados ao Mercosul e à integração sul-americana também estão na pauta, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores.

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Lula já confirmou a presença nas cerimônias de posse presidencial do paraguaio, em Assunção, no próximo dia 15 de agosto.

Na América Latina, o Paraguai abriga a maior comunidade brasileira residente no exterior, superior a 245 mil pessoas. O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai e é a maior origem de investimentos estrangeiros diretos no país vizinho, de cerca de US$ 904 milhões. Em 2022, a corrente comercial entre os dois países alcançou valor recorde de US$ 7,15 bilhões, aumento de 7,8% em relação ao ano anterior.

Itaipu

Em maio, Peña esteve em Brasília e se reuniu com Lula no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele destacou que o Paraguai tem o desafio de utilizar a energia produzida em Itaipu como fonte de desenvolvimento e geração de empregos no país.

Após 50 anos, Brasil e Paraguai trabalham para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade do empreendimento. A empresa binacional conta com orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões, dos quais quase 70% destinavam-se ao pagamento da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica no Rio Paraná, financiada pelo Brasil.

Com a quitação da dívida, em fevereiro deste ano, o Anexo C poderá ser revisado, conforme prevê o texto do próprio tratado.

Cada país tem direito a metade da energia produzida pela usina, mas o Paraguai usa apenas cerca de 15% do total. Pelo tratado, o Brasil tem preferência de compra da energia excedente dos paraguaios. Esse é um dos termos que o Paraguai quer rever na negociação, para que o país tenha mais autonomia sobre sua energia excedente, abrindo a possibilidade, por exemplo, de venda para outros países ou ainda de colocar no livre mercado do Brasil.

Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, com 20 unidades geradoras e 14 gigawatts de potência instalada. Em 2022, com 69,8 milhões de megawatts de energia gerada, a usina abasteceu 8,6% do mercado de energia elétrica brasileiro e foi responsável por 86,3% do consumo paraguaio. Com informações de Agência Brasil