Entre os recursos de segurança, um dos destaques é o corte da aceleração caso os pedais de freio e acelerador sejam acionados simultaneamente
Por José Antonio Leme (AE)
Na linha 2021, a Mitsubishi L200 Triton Sport mudou – e muito. A picape média feita em Catalão (GO) ganhou novos visual, equipamentos e soluções eletrônicas, além de câmbio automático de seis velocidades (eram cinco) de série. Mas, ainda assim, manteve a essência do modelo anterior, de quinta geração, que foi rebatizado de Outdoor e continua à venda como opção de entrada na gama. Isso inclui a plataforma e o motor 2.4 turbodiesel de 190 cv.
A nova L200 Triton Sport chega em três versões. A de entrada, GLS, tem tabela a partir de R$ 188.990, a intermediária, HPE, parte de R$ 212.990, e a de topo, HPE-S, de R$ 232.990.
Com a adoção do estilo batizado pela Mitsubishi de “Dynamic Shield”, o visual da nova picape ficou em dia com o dos demais modelos da marca. As linhas, mais retas e “parrudas”, já estão no SUV Pajero Sport e garantiram uma personalidade marcante à picape, coisa que a L200 antiga não tinha.
Desde a versão de entrada, a L200 Triton Sport traz rodas de liga leve de 18 polegadas, tampa da caçamba com trava elétrica, ar-condicionado digital com saída no teto para o banco traseiro e volante e manopla de câmbio revestidos de couro.
A central multimídia tem integração com Android Auto e Apple CarPlay. O sistema eletrônico de tração e estabilidade traz função de controle de trailer, há assistente de partida em rampa e bloqueio do diferencial traseiro. Entre os recursos de segurança, um dos destaques é o corte da aceleração caso os pedais de freio e acelerador sejam acionados simultaneamente.
A versão avaliada, HPE-S, de topo da linha, traz faróis Full-LEDs com acionamento automático e ajuste de altura do facho, luzes de neblina, rack de teto, navegador GPS, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera na traseira, banco do motorista com ajustes elétricos e sensores de obstáculos na dianteira e na traseira.
Há sete air bags (dois na versão de entrada), leitor de faixa de rolamento, sensor de ponto cego, alerta de tráfego traseiro, frenagem autônoma de emergência e controles de velocidade de cruzeiro e descida, além de acionamento automático dos limpadores de para-brisa.
A nova L200 oferece vários modos de condução. O motorista pode escolher o ajuste mais adequado de tração (4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida), potência, frenagem e respostas do câmbio para rodar sobre cascalho, lama (ou neve), areia e pedra.
MOTOR
A combinação do motor turbodiesel de 190 cv com o novo câmbio de seis velocidades deu mais agilidade à picape, sobretudo em rodovias. Da primeira à quinta marcha, as relações são mais curtas que as da caixa anterior, o que garante mais força de tração. A sexta longa funciona quase como um overdrive. Com isso, a 120 km/h o 2.4 trabalha girando em torno das 1.100 rpm, de modo a reduzir o consumo de diesel.
As marchas podem ser trocadas de forma manual pela alavanca. Na versão de topo isso pode ser feito também por meio de aletas no volante.
Outra mudança importante implementada pela Mitsubishi foi feita no sistema de suspensão. Com novos ajustes de amortecedores e molas, a picape ficou mais firme.
O resultado é que a carroceria da nova L200 balança menos tanto em curvas em rodovias quanto sobre piso ruim no fora de estrada. Além de aumentar a segurança, isso garantiu mais conforto aos ocupantes.
A picape da Mitsubishi se aproximou bastante de rivais como a Chevrolet S10 e a Ford Ranger. Os dois modelos são referência nesse quesito no País.
O sistema de freios também foi atualizado, o que aumentou a capacidade de frenagem na nova picape. Os discos dianteiros agora são os mesmos do SUV Outlander e têm 320 mm de diâmetro, ante os de 294 mm utilizados no modelo anterior.
O resultado é que as frenagens ocorrem de modo mais gradual. E também exigem menos pressão no pedal da esquerda.
Entre as boas características da nova L200 herdadas do modelo anterior é o raio de giro reduzido, de 5,9 metros. A picape contornou com facilidade as curvas, mesmo mas mais fechadas, de trechos estreitos percorridos durante a avaliação, especialmente no fora de estrada.
EVOLUÇÃO INTERIOR
A cabine da L200 também evoluiu. O volante é o mesmo do Pajero Sport, de quatro raios, com boa empunhadura, ajuste de altura e distância. A posição de guiar agrada e é possível deixar o banco do motorista bem próximo ao assoalho, para quem prefere uma posição mais baixa de guiar.
O espaço é bom para quatro adultos. Um quinto ocupante será prejudicado pelo túnel central alto, por causa do eixo cardã e do diferencial central.
A solução encontrada pela Mitsubishi para não comprometer ainda mais o espaço na traseira foi instalar o duto do ar-condicionado no teto. Há duas saídas, ajustes da velocidade do ventilador e possibilidade de desligamento.
A nova central multimídia ficou mais fácil de usar e oferece respostas rápidas aos toques feitos na tela. O painel de instrumentos analógico, que traz uma tela central colorida com informações do computador de bordo, também veio da Pajero Sport. A iluminação cor laranja no fundo dos botões e do ar-condicionado destoa do conjunto. Faz lembrar soluções utilizadas em modelos da década de 1990.
OUTDOOR
Rebatizada de Outdoor, a L200 antiga continuará à venda em cinco versões: GL, tabelada a R$ 151.990 e focada em frotistas, GLX (R$ 155.990), GLS, a partir de R$ 168.990, HPE, a R$ 188.990, e HPE-S, de topo, a R$ 208.990. As duas primeiras têm câmbio manual, enquanto as demais são equipadas com transmissão automática de cinco velocidades.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido: R$ 232.990
Motor: 2.4, 4 cil., 16V, turbodiesel
Potência (cv): 190 a 3.500 rpm
Torque (mkgf): 43,9 a 2.500 rpm
Câmbio: Automático, 6 m.
Comprimento: 5,30 metros
Capacidade de carga: 1 tonelada
FONTE: MITSUBISH
PRÓS E CONTRAS
PRÓS – CÂMBIO
Nova transmissão de seis marchas deixou a picape média melhor de guiar, sobretudo em rodovias.
CONTRAS – PREÇO
Embora não tenha mudado de geração, Mitsubishi é mais cara que as rivais S10 e Ranger.
