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sábado, 18 maio, 2024

Jubartes se aproximam do litoral capixaba

A temporada das baleias jubartes em águas capixabas está chegando e pesquisadores embarcam na próxima semana para monitoramento 

Por Rafael Goulart

Na próxima semana, 12 Pesquisadores do Jabarte.Lab embarcam para confirmar e monitorar a presença das baleias jubartes no litoral capixaba. Nesta semana, grupos da espécie já foram avistados no litoral de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, o que indica que já podem estar no Espírito Santo.

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Existem diversos grupos de baleias jubarte pelo mundo, uma parte deles é “brasileiro” e têm por padrão comportamental se alimentar próximo das Ilhas Sandwich, na Antártida, e se reproduzir no litoral brasileiro, principalmente na região do Banco de Abrolhos, que é maior berçário de jubartes do mundo e fica no norte capixaba e sul da Bahia.

“Na semana que vem começamos com embarques avaliativos para termos a noção de quantidade de indivíduos que já chegaram pela nossa costa. Em junho começamos com as campanhas cientificas, que vão até novembro”, explicou Thiago Ferrari, ambientalista e coordenador do Projeto Amigos da Jubarte/Jubarte.Lab e Projeto Golfinhos do Brasil.

Durante a estadia de cerca de sete meses no Brasil, esses cetáceos não se alimentam, apenas aproveitam as águas quentes e calmas da região tropical para o ciclo de reprodução e para treinar os recém-nascidos.

Em Abrolhos, as fêmeas grávidas irão dar a luz a filhotes com cerca de quatro metros de comprimento, uma tonelada e que ficarão de 6 a 10 meses consumindo uma média de 100 litros de leite por dia. Os filhotes demoram em média 1 ano para se tornarem intendentes, mas podem acompanhar as mães nos ciclos migratórios por mais tempo.

Além das fêmeas grávidas, há também as que estão aptas para a cópula e é comum observar um grupo de machos “perseguindo” uma destas fêmeas, que caso engravidem, voltarão para dar a luz no Brasil.

Aparição inédita

Em janeiro deste ano (2023), um indivíduo da espécie jubarte foi identificado no litoral capixaba. O estranho é que as jubartes só costumam aparecer no litoral capixaba próximo a junho.

Os pesquisadores descobriram a presença da baleia por meio de Monitoramento Acústico Passivo (MAP) que usa hidrofones que registraram o canto do anima.

Até então, a primeira aparição do ano desde o monitoramento do Jubarte.Lab, foi em 2020, quando um espécime foi avistado em 13 de março. 

Pesquisa

Na próxima semana, o Jubarte.Lab embarca para o monitoramento em campo (mar) dos cetáceos, eles utilizarão pesquisas integradas para analisar e obter respostas científicas quanto à riqueza, abundância, distribuição e densidade dos grupos de animais que fazem o uso do habitat no litoral capixaba.

O material será levado para laboratórios que realizarão estudos da saúde dos animais marinhos, padrões comportamentais, composição social e possíveis interferências de atividades antrópicas que esses animais sofrem.

A pesquisa envolve 12 cientistas do Jubarte.Lab e, ao final do período, é gerado um relatório técnico que é compartilhado com órgãos, entidades e empresas competentes relacionadas ao meio ambiente. A soma desses esforços permite que as instituições possam tomar medidas técnicas para diminuir os impactos negativos das atividades humanas nas populações marinhas.

O monitoramento de forma contínua desses cetáceos permite entender melhor quais espécies habitam o litoral do Estado, como vivem e quais riscos correm, bem como proteger esses animais e manter um oceano mais limpo e saudável.

Turismo

Além de produzir pesquisas cientificas, os Amigos da Jubarte também monitoram os cruzeiros turísticos realizados entre julho e outubro no Espirito Santo para garantir o cumprimento das legislações vigentes, com a presença de um biólogo/oceanógrafo a bordo das embarcações reforçando mensagens de boas práticas para o avistamento das baleias e transmitindo informações ecológicas com o objetivo de sensibilizar os participantes a bordo quanto à importância da conservação de todo o ambiente marinho.

“Todos os anos, entre junho e novembro, cerca de 25 mil baleias-jubartes migram das águas congelantes da Antártida para as águas amenas do litoral do brasileiro, para fins reprodutivos. Com isso, as agências são habilitadas todo início de temporada para transmitir os conhecimentos e procedimentos corretos aos mestres de embarcação e guias para que a interação com as “gigantes do mar” ocorra de modo harmonioso, gerando o mínimo de impacto e o máximo de benefícios socioambientais”, explicou Thiago Ferrari, ambientalista e coordenador do Projeto Amigos da Jubarte/Jubarte.Lab e Projeto Golfinhos do Brasil.

Para agendar o passeio com uma agência parceira habilitada, basta acessar o site: www.queroverbaleia.com

 

 

 

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