Levantamento da CNI mostra que, de 2014 e 2016, empresas privadas investiram R$ 418 por habitante em saneamento, contra R$ 188 na média nacional. Para estimular investimentos, indústria defende novo marco regulatório para o setor
O investimento privado em saneamento alcançou R$ 418,16 por habitante, entre 2014 e 2016, o equivalente a 2,2 vezes à média nacional, de R$ 188,17 por pessoa. Segundo levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feito com base nos dados mais recentes disponíveis, a participação do setor privado nos serviços de água e esgoto tem contribuído para acelerar cobertura básica à população que, mantido o atual ritmo de investimento, só deve ser universalizada após 2050, com mais de 15 anos de atraso.
Apesar de ter participação relativamente pequena nos serviços de saneamento, o setor privado já apresenta índices superiores às médias nacionais nos indicadores de atendimento. Dados oficiais mostram que apenas 6% das companhias de água e esgoto do país são privadas. No entanto, elas atendem 9% da população nacional e são responsáveis por 20% dos investimentos no setor. Atualmente, 72% das cidades brasileiras com companhias privadas têm até 50 mil habitantes.
As companhias privadas de saneamento básico estão presentes, atualmente, em 159 municípios brasileiros. São 101 empresas que respondem por 8,9% do mercado consumidor. Levantamento da CNI, com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), aponta que está em análise a concessão de nove companhias estaduais. Caso as privatizações sejam concretizadas, a iniciativa privada passará a atender 803 cidades e responderá por 28% do mercado de saneamento.