É o que prevê o programa ES Mais+Gás, uma parceria do governo do Estado com a iniciativa privada, para os próximos 10 anos
Por Kikina Sessa
O trabalho conjunto que reuniu 22 entidades públicas e empresas privadas, ao longo dos últimos 11 meses, culminou no lançamento do programa ES Mais+Gás na abertura da 17ª MecShow e 11ª ES Oil&Gas Energy.
O programa pretende oferecer mais segurança e confiabilidade no fornecimento de energia, além de mais competitividade para os consumidores, com a diversificação da matriz energética do Estado. Para isso, propõe a elevação no consumo diário de gás natural dos atuais 2,3 milhões de metros cúbicos para 2,8 milhões de metros cúbicos em 2026, e de 7 a 15 milhões de metros cúbicos em 2034. Outro importante avanço é a produção pioneira de biometano no Espírito Santo. A expectativa é de que a produção diária alcance 50 mil metros cúbicos em 2026 e 300 mil de metros cúbicos em 2034.
O desenvolvimento do Espírito Santo, principalmente no interior do Estado, também é esperado com a ampliação na rede de distribuição de gás natural. Serão 1.560 quilômetros de rede até 2034, 1.020 quilômetros a mais do que o atual, alcançando 26 cidades do Estado, o dobro de 2024.
Estes são alguns dos investimentos previstos para o setor de gás natural e biometano no Espírito Santo possibilitados pelo ES Mais+Gás. Serão R$ 7 bilhões nos próximos dois anos e totalizando R$ 20 bilhões até 2034.
Conduzido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), o programa pretende impulsionar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, a partir do uso do gás natural e do biometano. Esse é mais um passo dado pelo Estado na agenda para a descarbonização da economia e de mudanças climáticas.
“Nosso Estado tem se tornado referência na transição energética. Como presidente do Consórcio Brasil Verde, uma iniciativa dos Governadores pelo Clima, nós temos defendido programas e soluções para cumprir as metas de Paris e que não deixemos apenas nas costas do governo federal esse cumprimento da meta. E o Espírito Santo vem fazendo sua parte e esse programa vem ao encontro do que buscamos, que é ter energias renováveis, e o gás é uma dessas oportunidades que temos. Também vai aumentar a oferta e assim teremos, além da diminuição da emissão de carbono, um Estado cada vez mais competitivo”, afirma o governador do Estado, Renato Casagrande.
O Programa ES Mais+Gás teve quatro macro objetivos definidos. São eles: reduzir a emissão de gases de efeito estufa; estabelecer uma matriz energética robusta, eficaz e diversificada; impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do Espírito Santo; e transformar o Estado no principal hub integrado de gás de alta competitividade do País. Além disso, o programa também contempla 86 planos de ação que devem ser realizados pelas empresas e entidades participantes do grupo de trabalho, ao longo dos próximos 10 anos.
Durante o lançamento, foram apresentados os principais resultados esperados com a implantação, com destaque para a redução de 9,78% das metas do Plano Estadual de Descarbonização do Espírito Santo até 2026, e com 62,5% destas metas até 2034. A diversificação dos combustíveis utilizados na indústria e no transporte é uma das ações previstas para atingir essa redução.
“De maneira inovadora e criativa, o Espírito Santo colocou de pé o nosso Plano Capixaba de Descarbonização, que pressupõe a transição energética —, a substituição da energia de origem fóssil por energia renovável. E é nesse contexto que nós estamos lançando o ES Mais+Gás, para que a gente possa construir os meios e a infraestrutura necessária para estimular o consumo e também a oferta, em condições compatíveis, considerando que o gás natural é muito menos emissor de co2 e é o primeiro estágio que nós precisamos para ampliar outras energias renováveis, como a solar, a eólica, o biometano e o hidrogênio verde. Organizamos parceria sólida do governo do Estado, com empresas privadas de todos os segmentos da cadeia do gás natural e diversas instituições públicas para consolidarmos o lançamento desse programa”, destaca o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
Também foi nomeado o Colegiado Gestor que acompanhará a execução das ações previstas no programa. Os representantes são do Governo do Estado, Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales), Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e empresas ES Gás, BW Energy e Grupo Imetame.