Setor se mantém como um dos pilares do crescimento da economia estadual
Por Gustavo Costa
As perspectivas otimistas para o setor industrial do Espírito Santo se confirmaram ao longo de 2023. De janeiro a setembro, a produção da indústria capixaba cresceu 7,6%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O ano de 2023 tem sido muito favorável à indústria do Estado”, disse Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Para ela, alguns destaques explicam esse bom momento do setor. “Ao longo do ano registramos a expansão do setor extrativo, o que não víamos há algum tempo. Tivemos a retomada do FPSO Cidade de Anchieta, que aumentou a produção de petróleo em mar. Além disso, o Plano de Desinvestimento da Petrobras e os estímulos regulatórios da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) contribuíram para a diversificação de empresas atuantes no Espírito Santo, o que também resultou na recuperação da produção, especialmente em terra”, pontuou a dirigente.
Samoriri, que além de ocupar a Presidência da Findes tornou-se em 2023 a primeira mulher a fazer parte de uma Diretoria Executiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também destacou a atividade de pelotização de minério, que cresceu ao longo do ano devido ao aumento de produção das duas empresas atuantes no Estado:
a Vale e a Samarco.
Por outro lado, foram registrados gargalos que demandam uma reflexão mais aprofundada sobre alguns segmentos. “Tivemos uma queda na indústria de transformação, devido aos desafios internos e externos, como as altas taxas de juros e a variação no preço dos produtos exportados. Vale ressaltar ainda que um cenário de taxas de juros mais baixos poderia ter contribuído para que os resultados atuais fossem ainda melhores”, analisou a presidente.
Em números, o ano foi positivo para a indústria capixaba. O setor se destacou gerando 14 mil empregos com carteira assinada de janeiro a setembro, sendo oito mil apenas na área da construção civil.
Segundo a Bússola do Investimento da Findes, estão previstos, até 2027, mais de
R$ 46,7 bilhões em investimentos no Estado. A indústria representa
R$ 23 bilhões desse total. Entre os projetos podem ser destacados o Plano Diretor Ambiental da Vale, os investimentos na planta da Samarco no Estado, e a ampliação da usina siderúrgica do Grupo Simec, localizada em Cariacica.
Para Cris Samorini, o ano de 2023 fecha com a indústria em boa situação e as perspectivas para o ano que vem são igualmente positivas, mas a dirigente não deixa de ressaltar que para que elas se confirmem é preciso superar alguns desafios. “Entre eles, a taxa Selic, que tendo cortes maiores poderá favorecer a atividade industrial local, e a redução da elevada carga tributária paga pelo setor. Acreditamos que a Reforma Tributária será fundamental para termos um ano de 2024 ainda melhor do que foi o de 2023 para a indústria”, enfatizou.
Em meio a esse cenário de juros elevados, a produção industrial do Estado mostra que a retomada pós-pandemia aconteceu e agora existe um comportamento de estabilidade, indicando bons presságios para os anos que estão por vir.
