Empresa foi excluída de índices e está listada como “Outras Condições”
Por Gustavo Costa
No pregão que marcou a sua despedida da Bolsa brasileira, a Gol Linhas Aéreas (GOLL4) viu o seu papel despencar 26,97% nesta quarta-feira (30), fechando de forma melancólica a sua participação a R$ 2,87.
A GOL foi excluída dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL por conta do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, em 25 de janeiro. Ao longo do mês, o valor de mercado da companhia derreteu R$ 2,55 bilhões.
As ações caíram 57% desde o anúncio da recuperação, quando estavam cotadas a R$ 6,65. Com a exclusão no Ibovespa e outros índices, a GOLL4 passa a ser listada na B3 sob o título de “Outras Condições”.
Após informar nesta segunda-feira (29) que fechou dezembro com endividamento de R$ 20,17 bilhões, a empresa aérea apontou que os ativos não auditados, no final do mês, somavam R$ 16,83 bilhões, e o patrimônio líquido estava negativo em R$ 23,35 bilhões. Metade desses débitos tem origem com arrendadores em aviões.
O mercado passa a aguardar um plano de restruturação de dívida da Gol, detalhando pagamentos e financiamento, e ficando à mercê da decisão dos credores. Uma vez aprovado, o plano seguirá para a Justiça para validação, e um prazo será estipulado para a empresa tirá-lo do papel.
Aos acionistas é recomendada cautela neste momento, para evitar prejuízo. Por mais preocupante que seja, o cenário da Gol não é algo inédito entre empresas do setor. A Latam, Delta e United Airlines, por exemplo, já entraram com o mesmo pedido nos Estados Unidos.
