Diretor-geral da Opas fez uma reflexão sobre o tempo requerido para que os primeiros efeitos da vacinação contra a dengue sejam percebidos
Por Kebim Tamanini
O Espírito Santo já registrou mais de 45% dos casos de dengue do ano passado em apenas quase quatro meses de 2024, conforme o boletim epidemiológico atualizado em 11 de abril. Até o momento, foram confirmados 58.705 casos e 15 óbitos, sendo 60% das mortes em pessoas acima de 60 anos.
Os municípios onde foram registrados óbitos são: Linhares (5), Aracruz (1), Dores do Rio Preto (1), São Gabriel da Palha (1), São Roque do Canaã (1), Laranja da Terra (1), São Mateus (1), Sooretama (1), Anchieta (2) e Muqui (1), além de 41 mortes em investigação.
Municípios com mais casos confirmados de dengue em 2024 | |
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Município | Total |
Vitória | 10.360 |
Linhares | 9.333 |
Vila Velha | 8.162 |
Serra | 5.863 |
Barra de São Francisco | 3.481 |
Colatina | 2.438 |
Nova Venécia | 1.698 |
Cachoeiro de Itapemirim | 1.317 |
Afonso Cláudio | 1.088 |
São Gabriel da Palha | 957 |
De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, o Espírito Santo e outros nove estados estão apresentando sinais de desaceleração no surgimento de novos casos de dengue, indicando que já atingiram o pico e estão diminuindo.
Nacionalmente, o Brasil já registrou 3.062.181 casos prováveis de dengue e 1.256 mortes por dengue desde o início do ano. Além disso, há 1.857 óbitos em investigação, conforme dados do Ministério da Saúde até 10 de abril.
Vacinação
Em relação à vacinação, ela teve início no final de fevereiro no Espírito Santo para crianças de 10 a 14 anos. Inicialmente, foi destinada a 23 municípios com alto índice de incidência. Com a chegada de novas doses, outras 29 cidades capixabas foram incluídas na campanha de vacinação.
Entretanto, a vacinação não está sendo realizada em todos os grupos devido à limitação na produção pela empresa japonesa responsável. Por isso, foi priorizado imunizar o grupo mais afetado pelo mosquito.
O diretor-geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, ressaltou que a estratégia de vacinação pode levar até oito anos para reduzir efetivamente a transmissão da dengue em meio a epidemias. Ele destacou que, embora a vacina disponível seja de duas doses, não é uma ferramenta para controlar a transmissão no momento.
Barbosa ainda enfatizou a importância de monitorar o cenário devido à novidade da vacina, especialmente em relação à eficácia contra o sorotipo 3 da dengue, cujos dados são limitados devido à baixa circulação do sorotipo.