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sábado, 20 abril, 2024

Estilo Harley-Davidson de ser

A aventura de mãos dadas com a segurança

Estilo Harley-Davidson de ser

À frente, uma bela de uma estrada, prontinha para quem quer se arriscar na mais alta velocidade e bombear o corpo de adrenalina. Cenário perfeito para qualquer motociclista. Será? O imaginário popular pode até dizer que sim, mas para os guiados pela paixão por suas Harley-Davidson a história é bem outra. “É uma energia muito diferente. É algo que a gente não consegue explicar, é mais sentir. É tudo muito mágico. Não é simplesmente sentar na moto. Por trás da moto, tem os amigos que conquistei. É uma família”, afirma a terapeuta ocupacional Luciane Furlan, 36 anos, proprietária de uma das “meninas”.

A família a que ela se refere é o Harley Owners Group (Grupo de Proprietários de Harley) ou simplesmente HOG, moto clube da Harley que existe no mundo inteiro e que, claro, não ficaria de fora em Vitória, cidade que abriga uma concessionária há dois anos e meio.

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“A missão do HOG é promover eventos sociais e passeios de moto com a comunidade harleyra local. É único no mundo todo, mas cada clube possui sua independência, sendo orientado e dirigido pela concessionária local”, afirma Diego Lobato, proprietário da Vitória Harley-Davidson, na Enseada do Suá.

Hoje o HOG de Vitória é composto por cerca de 400 membros. A anuidade é US$ 35. “Ao comprar uma Harley, automaticamente você se torna membro do HOG. É um valor pago anualmente. O primeiro ano é grátis. A concessionária manda seus dados para fora do país. Chegam uma revista, um pin, que é o broche, um path (emblema)”, explica Caio Belchior, 36 anos, presidente do HOG.

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A mania de colecionar objetos e acessórios da HD é quase unanimidade entre os haleyros

O grupo faz encontros e passeios, geralmente em dois sábados por mês, para diferentes regiões do Estado. Além disso, os harleyros e seus familiares se reúnem todo sábado na concessionária para tomar café da manhã. “A maioria dos meus amigos é da Harley, eu os trago para minha casa. E eu tenho uma filha de 7 anos que tem sábado que acorda e pergunta: ‘Mamãe, não vamos na Harley hoje?’. Desde pequena ela está crescendo com essa energia”, relata Luciane.

Segurança

A segurança é a palavra que norteia a família Harley-Davidson. “Eu tive motos superesportivas, corria demais, acabei sofrendo um acidente. Aqui a gente vê muito a coisa da segurança. É a palavra que você vai mais vai ouvir. Segurança e família”, confirma Caio Belchior, presidente do HOG em Vitória.

O acidente de Caio aconteceu na BR-262, próximo ao Trevo de Santa Isabel, em Domingos Martins, em 2010. “Fiquei meio assustado, mas queria continuar com a moto. Então fui buscar segurança”, explica. “Por mais que as nossas motos tenham cilindradas altas, a gente sempre anda no limite que a via e as leis de trânsito permitem”, completa.


O quanto amo minha Harley?

Estilo Harley-Davidson de serHá aqueles que são tão apaixonados pela Harley-Davidson e por tudo que ela representa que querem deixar esse sentimento marcado no corpo. “A sensação de liberdade e bem-estar que andar de moto te proporciona é indescritível, e pude realizar o sonho de criança após abrir a loja em Vitória. Entrei apenas para conhecer os modelos, porém fiquei encantado em ver que Harley-Davidson não é apenas uma motocicleta, mas também um estilo de vida. Temos em nosso grupo um conceito família”, afirma o empresário Rodolfo Breda Vieira, 30 anos, que tem uma tatuagem da caveira da Harley.

Estilo Harley-Davidson de ser Já o empresário Rodrigo Sabino da Hora, 33 anos, andava de motocicleta tipo esportiva e, como diz, tinha preconceito contra a marca. Até que um amigo de infância deixou com ele sua Harley antiga e disse que Rodrigo poderia pagar quando e como pudesse. Conheceu então a loja e as pessoas que compõem o grupo e teve assim uma surpresa positiva. Na ocasião, dois anos atrás, ele passava por um divórcio, que não costuma ser uma situação fácil para nenhum dos envolvidos. O alento veio no grupo de harleyros. “Eles me abraçaram de uma forma totalmente diferente. E eu comecei a ver que a Harley-Davidson não era só uma moto esportiva. Na Harley-Davidson você faz amizade com quem você não conhece. Uma união mesmo, são pessoas que se preocupam um com outro. Foi uma fuga que me ajudou bastante no meu divórcio, que foi bem traumático para mim.” Rodrigo tem hoje tatuados um desenho de um grupo andando de moto e a frase “Viver para conduzir e conduzir para viver”, além da que ele chama de padrão da Harley, que é uma caveirinha.


 

Os itens de segurança incluem o uso de bota, para proteger pés, calcanhares e canelas; calças de tecido grosso, como jeans; luvas de couro para que, em caso de queda, os impactos na pele sejam os mínimos possíveis; um casaco ou jaqueta mais grossa por debaixo do colete, que todo harleyro possui. E, claro, o capacete.

Mas para além dos apetrechos de segurança, há a preparação. “Começa desde buscar um condicionamento físico, para não parar com uma hora de estrada com dor. Buscar na internet trajetos, autonomia da moto, locais de apoio, pousadas e hotéis. Procurar trajetos que fujam de estradas de chão”, cita o cirurgião plástico Roberto Ribeiro, 58 anos, o Robertão, outro apaixonado pela HD.

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Fonte: HOG/Harley-Davidson

Elas no comando

Quando deixou a garupa e passou para o comando de uma motocicleta, aí é que a professora de Educação Física Fernanda Viana, 41 anos, tomou gosto mesmo pela filosofia Harley de ser, que adiciona à família e à segurança o ingrediente aventura.

“Quando eu passei para a parte da frente e comecei a dominar a moto, vi que não tinha medo mais. Meu medo era ser garupa, porque não tinha controle na moto. Hoje tenho total confiança, sou eu que estou dominando”, conta Fernanda, representante do Ladies of Harley Vitória, uma extensão do HOG que agrupa mulheres pilotas ou que são garupa, como chamam.

“O grupo começou com duas mulheres pilotando e hoje a gente tem mais de 20, porque uma vai incentivando a outra. Os maridos também apoiam a gente. E um dos meus papéis como representante é estimular as meninas a saírem da garupa e serem pilotas”, relata Fernanda.
Hoje são cerca de 50 mulheres, entre pilotas e garupas no Ladies of Harley. Elas fazem eventos e passeios próprios, mas também integram as viagens do HOG. “Os meninos gostam muito quando participamos, porque como nós somos um número grande e muito animado, então isso para eles é vantajoso, é bom. Acho que a gente é muito bem acolhida e muito valorizada no nosso grupo”, afirma a representante das Ladies.

No primeiro ano de atividade, em 2016, a Vitória Harley-Davidson vendia uma moto para mulher a cada três meses. Hoje são três veículos por mês, conta o empresário Diego Lobato, proprietário da concessionária. Diferentemente de Fernanda, que reconheceu já ter tido medo de andar de moto, o início da história de Luciane com a marca foi a concretização de uma paixão antiga. “Sempre gostei de ver aquelas motos policiais nos filmes americanos. Fiquei admirada de ver aquele estilo.

E não é só o estilo da moto, o pessoal é também animado. Desde criança eu via esse tipo de filme, e minha paixão foi crescendo”, conta Luciane, que conseguiu realizar o antigo sonho há poucos meses, quando adquiriu a moto. As duas confirmam que chamam atenção. “Desde criança até os mais idosos. Tem mulheres que param para perguntar ‘Como você consegue?’. É questão de prática”, diz Luciane. “E vou te falar, uma mulher pilotando uma moto é uma sensação de poder muito grande, porque a Harley é uma moto grande, imponente. Então você se sente maravilhosa. Por onde você passa, todo mundo olha para você. É sensacional”, reconhece Fernanda.

Primeira do Brasil

Os negócios em terras capixabas vão bem. “No Brasil, a Harley-Davidson é a segunda colocada no ranking, com 21,2% de participação de mercado. No Espírito Santo, é a primeira, com 46%. É o melhor resultado nacional, é similar à participação de mercado da Harley nos Estados Unidos”, comemora Diego Lobato.

A Harley-Davison Brasil estrategicamente não revela planejamentos, mas destaca a importância de mercados como o nacional. “O que podemos afirmar é que os mercados internacionais, inclusive o Brasil, são muito importantes na estratégia de crescimento a longo prazo. A empresa está comprometida com o Brasil e expandindo sua presença no país para garantir que os clientes desfrutem de uma experiência de qualidade premium que representa uma marca como a nossa. Vamos continuar com a estratégia de oferecer o melhor customer experiencie do mercado, baseada em três pilares: pós-venda eficiente; rede de concessionárias com estrutura completa e de qualidade; e eventos organizados para que os clientes possam vivenciar o verdadeiro estilo de vida da HD”, comunicou por nota a empresa.

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No mais, como reforça Diego sobre a filosofia da Harley: “Vamos rodar de moto com os amigos buscando confraternizar e nos alegrar. A Harley começou sendo uma marca de moto, mas hoje é um estilo de vida, um meio superbacana de ampliar a base de relacionamento… E para muitos uma história de mudança na vida!”.

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Fernanda Viana, representante da Ladies of Harley

A paixão pela Harley-Davidson é tanta que a celebração do casamento que confirmou uma união de 13 anos aconteceu dentro da loja de Vitória. Isso mesmo, com direito a noivos e padrinhos chegando em suas motocicletas e fazendo bastante barulho.
Mas nem sempre foi assim para Fernanda Viana. “Nunca gostei de moto na minha vida, porque achava inseguro e tinha medo de cair.” Tudo mudou ano passado, quando aceitou o convite, ou desafio, como ela chama, do marido para participar de um passeio com ele, mas com ela na garupa. “Um dia fui a um passeio do grupo, nesse HOG, na garupa dele, e fiquei apaixonada, encantada com aquilo tudo que eu vi, com a segurança, com os trajes.” E de medrosa ela passou a apaixonada e representante feminina da Harley-Davidson, por meio do Ladies of Harley, no Estado.

Como começou essa paixão?

Meu marido sempre foi um apaixonado por Harley-Davidson. E eu nunca gostei de moto na minha vida porque eu achava inseguro e tinha medo de cair. E ele sempre me convidava para passear. Um dia fui a um passeio do grupo, nesse HOG, na garupa dele e fiquei apaixonada, encantada com aquilo tudo que eu vi, com a segurança, com os trajes. Só pode andar de bota para se proteger, tem que usar o seu colete, sempre de luva, capacete, proteção. As sinalizações que eram feitas durante o passeio, exatamente por proteção, para todo mundo ficar certinho, as orientações, então me apaixonei por esse mundo. E meu marido me desafiou: “Ah, já que você gostou tanto, por que não pilotar uma moto?”. Achei muito bacana a ideia dele, comprei a ideia dele, tirei a carteira, comprei a minha moto e em menos de um ano consegui me tornar a representante das Ladies, tamanha a minha paixão pela Harley-Davidson, pela pilotagem de uma moto. Tirei a carteira em maio do ano passado, e no final do ano fui convidada para ser a Lady Officer, que é a que representa as outras Ladies.

Conte a história do seu casamento na loja…

Já tinha 13 anos de casada, mas nunca tinha casado na igreja. E meu pastor também anda de moto. E ele teve a ideia de fazer o casamento lá na Harley. Foi muito lindo. Todo mundo chegou de moto, os padrinhos, o pastor, a gente. Depois a gente fez um passeio por Vitória.

Como começou o Ladies of Harley em Vitória?

O grupo começou com duas mulheres pilotando e hoje a gente tem mais de 20, porque uma vai incentivando a outra. Os maridos também apoiam a gente. E um dos meus papéis como representante é estimular as meninas a saírem da garupa e serem pilotas.

Estilo Harley-Davidson de serVocês chamam muita atenção?

As pessoas estão enxergando que as mulheres podem ser pilotas também. A quantidade de mulheres que estão tirando carteira de moto é muito grande. Muitas que tiram habilitação são para uso no dia a dia. Ali no nosso caso, além do uso no dia a dia, a gente tem evento quase todo fim de semana. Isso estimula muito a participarem. Elas vão vendo que aquilo não é impossível. E vou te falar, uma mulher pilotando uma moto é uma sensação de poder muito grande, porque a Harley é uma moto grande, imponente. Então você se sente maravilhosa. Por onde você passa, todo mundo olha. É sensacional.

A matéria acima é uma republicação da Revista ES Brasil. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita.


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