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quinta-feira, 2 maio, 2024

ES: R$ 7 milhões para produção de soja em Montanha

Após produção ser superior à média nacional, o produtor rural Vitor Alves agora pensa no desafio de comercializar a soja em Montanha

Por Amanda Amaral

Surpreendendo com uma produtividade de 89 sacas de soja por hectare, o produtor rural Vitor Alves apostou na diversificação e investiu em torno de R$ 7 milhões no cultivo do grão, que agora divide com o milho e o sorgo a propriedade Fazenda Esplanada, em Montanha, Espírito Santo. O próximo desafio, é a venda do produto.

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Para se ter uma ideia, entre 55 e 60 sacas por hectare é a média obtida no Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na atualidade 29,61% da produção nacional corresponde ao estado, é a maior do país. O total produzido no Espírito Santo ainda é incipiente.

Gestor da NA agropecuária, Vitor Alves explica que o plantio aconteceu em setembro e a sua primeira colheita foi concluída em janeiro. O milho e o sorgo são para alimentação dos animais. Para o cultivo da soja é necessária boa disponibilidade de água e em sua propriedade é utilizando o sistema de irrigação por pivôs.

soja em montanha
A soja também é utilizada para a alimentação de animais. Foto: Divulgação

Investimentos 

A Fazenda Esplanada tem 1,5 mil hectares e gera 67 postos de trabalho. “Procurei a diversificação de receita, visando também a sustentabilidade. A soja entra como rotação de cultura melhorando toda a vida do solo e alcançando maiores tetos produtivos, é um uso sustentável do solo”, explicou. Em 2022, o Banco Nacional do Nordeste (BNB) foi o responsável pelo financiamento de R$ 7 milhões, feito pelo produtor de Montanha por meio do Cartão BNB e de Aquisição Isolada.

“É uma região conhecida pelo cultivo da pimenta, café, cana-de-açúcar, eucalipto e também pelo gado de corte e leiteiro. A soja é uma novidade, mas outros produtores rurais já se interessam pelo cultivo, o que significa mais geração de renda para a região”, afirmou a gerente da agência de Pinheiros do BNB, Regina Santana.

Comercialização da soja

Sobre as dificuldades, Vitor Alves afirma que a maior delas é a venda. “Temos que mandar esta soja para São Paulo ou entregar em Belo Horizonte. Assim, perdemos muito em frete e intermediários para alcançar a venda”, comentou.

O produtor rural ressaltou que, em razão da presença de um forte setor avícola no Espírito Santo, há um grande consumo de soja e milho no território capixaba, contudo, atualmente a maior parte vem de outros estados brasileiros. “Já mostramos que o cultivo da soja é sustentável, lucrativo e produtivo. Agora, vamos viabilizar para que ela seja beneficiada no Estado, agregando valor para a toda a cadeia produtiva e a sociedade capixaba”, pontua.

Pesquisa e indústria

Pensando no potencial do cultivo da soja no Estado, Vitor Alves também vê a necessidade de investimentos em tecnologia. “Outro desafio é achar a variedade mais produtiva. Como não temos histórico do cultivo de soja no Espírito Santo, teremos literalmente que fazer um laboratório de estudos para desenvolver e achar a melhor variedade”, revela.

Os investimentos na produção do grão em Montanha continuarão, se depender do produtor rural: “Vamos continuar melhorando os processos, buscando uma variedade maior de teto produtivo, viabilizando mais mercados e, sem sombra de dúvida, em um curto espaço de tempo teremos uma indústria aqui no Estado”.

soja em Montanha
O produtor Vitor Alves recebeu o vice-governador, Ricardo Ferraço, e o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli. Foto: Divulgação

Experiência inovadora

O secretário de Estado de Desenvolvimento e vice-governador Ricardo Ferraço realizou uma visita técnica a Fazenda Esplanada, na presença do secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.

O investimento na produção de soja no Espírito Santo tem o potencial para se somar a outras importantes cadeias produtivas do agro capixaba já existentes, como a cafeicultura, pecuária, avicultura e fruticultura, destacou na ocasião o secretário de Desenvolvimento e vice-governador.

“Sempre temos que valorizar e apoiar quem empreende e quem trabalha. Anteriormente, a propriedade tinha sete colaboradores e a implantação da lavoura [de soja] aumentou e muito as oportunidades na região. Estamos diante de uma experiência inovadora e importante, com tecnologia e conceitos relacionados à sustentabilidade que certamente nosso Governo estará apoiando”, afirmou Ricardo Ferraço.

 

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