Registro de 98 vítimas fatais contrasta com as seis ocorridas em 2022
Por Kebim Tamanini
Durante todo o ano de 2023, o Espírito Santo permaneceu em estado de alerta devido à dengue, que ceifou 98 vidas. Não é para menos, considerando que o estado, com uma população de 3.833.712 pessoas, teve 191.131 infectados pelo mosquito, o que representa aproximadamente 5% dos cidadãos capixabas. As perspectivas para este ano, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), não são animadoras.

Em comparação com o ano anterior, em 2022 foram registradas seis mortes e 20.929 infectados, representando 0,54% da população capixaba afetada pela dengue. Isso revela uma diferença alarmante de aproximadamente 4,40% no número de contaminados de um ano para o outro.
O subsecretário de Vigilância em Saúde do Espírito Santo, Orlei Cardoso, esclarece que no ano passado, os capixabas enfrentaram a circulação de dois sorotipos de dengue no estado. “Normalmente, encontramos o sorotipo 1, mas tivemos o 1 e o 2, e quando você tem dois sorotipos diferentes circulando, a morbidade costuma ser maior”, explicando o motivo do aumento.
Em 2024
No final do ano passado, o subsecretário Orlei Cardoso afirmou que a situação pode se agravar este ano devido a dois fatores que favorecem a explosão de casos de dengue: a circulação de sorotipos diferentes da doença no Estado e as condições climáticas que favorecem o ciclo do vetor. Na época, ele destacou que a projeção de aumento de casos de dengue em 2024 se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensos, além dos possíveis efeitos do El Niño.
É importante salientar que o Estado está em alerta para um potencial surto epidêmico de dengue. Dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) indicam que cidades como João Neiva e Aracruz apresentam potencial risco elevado para este ano, enquanto outros 27 municípios estão em estágio de alerta (consulte a tabela abaixo).
Dengue em 2024: alerta em cidades capixabas | |
Satisfatório | Afonso Cláudio, Água Doce do Norte, Alegre, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Apiacá, Atílio Vivácqua, Baixo Guandu, Boa Esperança, Bom Jesus do Norte, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Colatina, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itapemirim, Itarana, Jerônimo Monteiro, Laranja da Terra, Mantenópolis, Marataízes, Marechal Floriano, Muniz Freire, Muqui, Ponto Belo, Rio Bananal, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São José do Calçado, São Roque do Canaã, Sooretama, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Vila Valério e Vila Velha |
Alerta | Águia Branca, Barra de São Francisco, Cariacica, Conceição da Barra, Fundão, Guarapari, Ibiraçu, Iúna, Jaguaré, Linhares, Marilândia, Mimoso do Sul, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São Gabriel da Palha, São Mateus, Serra, Viana, Vila Pavão e Vitória |
Risco alto | Aracruz e João Neiva |
Por outro lado, o Ministério da Saúde está correndo contra o tempo para incorporar a nova vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda no início deste ano. No entanto, haverá um processo de escolhas nas regiões prioritárias que serão atendidas inicialmente devido à capacidade ainda baixa de produção do laboratório que fabrica a vacina.
Prevenção
Para prevenir a proliferação do Aedes aegypti, é essencial adotar medidas preventivas em nossos lares. Isso inclui a limpeza do quintal, removendo água acumulada nos pratos de plantas e virando garrafas vazias de cabeça para baixo.
Além disso, é necessário tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer recipiente suscetível à retenção de água. A manutenção de quintais bem varridos é fundamental, eliminando recipientes propícios à acumulação de água, como tampinhas de garrafa, folhas e sacolas plásticas.