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sábado, 27 abril, 2024

Elas mandam na cama!

Mulheres empoderadas rompem tabus em busca do próprio prazer

Por Munik Vieira 

“A mulher empoderada consegue romper diversos tabus antigos da sociedade, incluindo o sexual. Deus deixou o prazer sexual tanto para o homem quanto para a mulher”, assim começa a conversa com a psicóloga e sexóloga Marcelle Paganini.

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Mas o que Marcelle quer dizer com isso? Nada além do óbvio: que as mulheres precisam refletir cada vez mais sobre seus desejos, autoconhecimento e sexualidade. A mulher também pode e deve querer se satisfazer sexualmente.

É fato que desde o início da história os papéis sociais da mulher foram desprezados e ignorados, impedindo-a de falar abertamente sobre seus desejos e vontades. Foram estabelecidos limites pela própria sociedade sobre o que ela podia querer ou não. Para Marcelle, até metade do século passado, a vontade da mulher era desmerecida e vista como anormal.

Atualmente, essa situação mudou, porém, a especialista ainda vê muitos resquícios de comportamentos antigos em seus atendimentos diários. Quando o modelo da mulher sexualmente submissa, que serve ao homem na cama é assumido, isso a coloca, necessariamente, no papel de “objeto”. Essa mulher passa a enxergar o sexo como uma relação na qual ela é necessariamente ignorada. Segundo Marcelle, “muitas mulheres veem a relação como algo para o outro, para o homem, e não se enxergam como alguém que também merece sentir prazer”.

Mulheres que assumem tal posição e negam seu protagonismo no sexo terão grandes dificuldades de encontrar aquilo que as agrada. A especialista explica: “As pessoas naturalizam que a mulher não sente tanto prazer quanto o homem, e esse pensamento está completamente equivocado”.

Muitas mulheres sentem-se responsáveis por satisfazer as expectativas masculinas e, na contramão, abrem mão do seu próprio prazer ou não têm consciência da mutualidade para o sucesso de uma relação. A especialista conta que isso é muito comum: “Mulheres vêm ao meu consultório procurar ajuda porque o parceiro sofre com uma disfunção sexual. E elas assumem a culpa para elas. O parceiro não tem ereção, ou tem uma ejaculação precoce, e fala que a culpa é da mulher, porque não satisfaz o seu parceiro, ou por não se achar atraente o suficiente. Ou seja, muitas compram para si, com muita facilidade, a responsabilidade por esse tipo de coisa. E isso não deve acontecer”.

Marcelle Pagani, sexóloga e psicóloga clínica. Foto: Arquivo Pessoal
Marcelle Pagani, sexóloga e psicóloga clínica. Foto: Arquivo Pessoal

Para Marcelle Paganini, um ciclo de diminuição do desejo se estabelece e a mulher se sente culpada: “A mulher que tem uma baixa na libido e vai para a relação por obrigação, acaba se autos sabotando. Quando esse tipo de situação acontece, a nossa mente entende que o sexo não é bom. Quanto mais vezes o sexo por obrigação é feito, menos o cérebro vai querer fazer novamente”.

O fato é que há uma insegurança da parte da mulher em relação ao seu próprio papel perante a sociedade. Por isso, é importante sair desse padrão externo, e, a partir de então, conseguir se conhecer, saber seus próprios desejos e, assim, permitir que a sexualidade floresça.

Por que o prazer feminino ainda é um tabu?

Sexo ainda é um assunto que gera desconforto e vergonha se falado em público por algumas mulheres. Em uma roda de conversa, é comum observar a tentativa de mudança de assunto seguida de sorrisos tímidos. Isso porque o sexo sempre foi um tema considerado tabu dentro da sociedade em que vivemos, principalmente quando relacionamos ao prazer feminino. Porém, o debate deveria ser considerado normal, assim como a busca pelo prazer feminino. O sexo deve ser para, além da reprodução, o prazer do homem e da mulher.

Com o passar dos anos, a sociedade inseriu alguns tabus que são mantidos até hoje. Por exemplo, por que homens solteiros podem ter relação sexual com diversas mulheres, e se a mulher também se relaciona com diversos homens é julgada como vulgar? Por que filmes eróticos são feitos para satisfazer o prazer dos homens e não ao casal?

A sexóloga Marcelle Pagani acredita que se trata de uma questão cultural. A mulher, na visão da especialista, é muito mais podada e julgada que o homem. São questões que estão mudando perante a sociedade, mas ainda há muito a se aprofundar.

Cinco perfis nas redes sociais que falam sobre o prazer feminino

Empoderamento, prazer feminino, saúde… quando a pauta são esses três assuntos, toda informação é bem-vinda, não é mesmo? E já que quanto mais, melhor, a ES Brasil separou alguns perfis nas redes sociais que auxiliam mulheres, por meio de textos, ilustrações e brinquedinhos, na busca pelo prazer pessoal. Confira!

1 – Pantynova
Uma marca que oferece, além de brinquedinhos sexuais, dicas para o público feminino se sentir à vontade e representado no mercado erótico. O perfil fornece guias sobre sexualidade feminina, e também direciona para o site, no qual é possível comprar os produtos e ler contos eróticos.

2 – Climax
A Climax é uma loja focada no prazer feminino e, em seu perfil nas redes sociais, também traz muita informação, dicas de produtos e fotos de inspiração.

3 – Lilit
A marca Lilit desenvolveu um vibrador bullet perfeito para ser o primeiro vibrador de uma mulher. Além disso, a página é recheada de inspiração e disponibiliza contos eróticos e um e-book sobre masturbação.

4 – Cara de Fofa
Por meio de desenhos fofos, o perfil aborda assuntos que ainda são tabus para a sociedade. Também é possível adquirir produtos com as ilustrações.

5 – Meu clitóris minhas regras
De forma bem-humorada e didática, a página trata sobre prazer e saúde íntima feminina. São publicações com ilustrações, cards informativos e memes. A marca também fornece um curso para homens, que visa ensinar o público masculino a dar mais prazer às mulheres.

A matéria acima é uma republicação da Revista ES Brasil, Edição nº 188, do ano de 2021. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita. 

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