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segunda-feira, 6 maio, 2024

É preciso que cada um respeite sua posição no ecossistema, diz presidente da CBB

Na entrevista, Guy Peixoto comemorou ainda o atual momento da CBB em relação ao que recebeu ao assumir como presidente em 2017

O presidente da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), Guy Peixoto, adota um discurso de conciliação. Ele confia em uma solução pacífica com os representantes da Liga Nacional de Basquete (LNB) para encerrar o imbróglio que tomou conta da modalidade no Brasil.

Mas alerta que o caminho é mais longo do que imagina o novo mandatário da LNB, Rodrigo Montoro. Ao Estadão, o dirigente afirmou que há necessidade “de cada um entender sua posição do ecossistema” do basquete.

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Na entrevista, Guy Peixoto comemorou ainda o atual momento da CBB em relação ao que recebeu ao assumir como presidente em 2017, quando existia uma dívida de R$ 40 milhões, falou da saída de Magic Paula da vice-presidência, das seleções masculinas e femininas, entre outros temas.

Como está a situação financeira da entidade atualmente?

Avançamos muito na solução dos problemas tributários e trabalhistas. Conseguimos equacionar estas questões principais com a obtenção de novas fontes de receita. Com isso tivemos uma redução considerável da dívida herdada e dos processos existentes. A CBB hoje está em outro momento e tende a evoluir ainda mais. Hoje o nosso orçamento já permite uma gestão mais tranquila de nossas obrigações.

Como foi trabalhar para atingir esse patamar atual diante de tamanha dificuldade desde que você foi eleito pela primeira vez?

Trabalho muito árduo e que não gera resultados do dia para noite, com muito esforço e comprometimento de todos, colaboradores, entidades parceiras, como COB (Comitê Olímpico do Brasil), CBC (Comitê Brasileiro de Clubes), Ministério do Esporte, federações, etc… Ainda temos situações a avançar, mas muito em breve teremos todas as nossas certidões em dia, com os processos que estão muito bem encaminhados.

Quais são os principais desafios para 2023?

Obter a classificação para o Mundial masculino e lá brigar pela vaga olímpica direta; estar no pódio no Pan, tanto no 5×5, como no 3×3, masculino e feminino; buscar o pódio na Americup Feminina Adulta, iniciando o caminho para Paris 2024; classificar a equipe adulta feminina para o Pré-olímpico Mundial de 2024, através de uma boa participação no Pré das Américas; manter a hegemonia da América do Sul nos torneios de base; manter o ótimo momento obtido com a classificação de nossa seleções de base para os futuros mundiais; voltar a obter boas classificações nos Mundiais de Base que iremos disputar.

O quanto a saída da Magic Paula te afetou? Ela foi um diferencial enorme na vitória para o seu segundo mandato…

A Magic sempre foi e continua sendo uma amiga. É uma pessoa que admiro muito, pra mim a melhor jogadora da história, e que seguirei admirando. É óbvio que fiquei triste com a saída dela. Não queria, mas preciso respeitar a decisão dela.

O que aconteceu para ela abrir mão do trabalho na CBB? O quanto o basquete feminino perdeu com esta saída da Paula?

Paula teve um trabalho fundamental, iniciou o Adelante, fez crescer o Brasileiro sub-23. São resultados de médio a longo prazo, e que terão frutos colhidos. Talvez até quando não estivermos mais na CBB. Todo o trabalho tem desgaste e opções pessoais devem ser respeitadas. Perdemos uma referência, mas que deixou o seu legado. Aprendi na vida que ninguém é insubstituível.

A seleção principal, por enquanto, não tem conseguido os resultados desejados, ficando fora da Olimpíada e do Mundial. Qual o próximo passo para recuperar terreno no basquete feminino?

Ficar fora do Mundial e da Olimpíada nunca é bom. Mas o sistema de classificação também cria situações onde sua “vida” é decidida em apenas um jogo, como foi contra Porto Rico e Coreia do Sul. Por exemplo, vencemos Porto Rico em partidas anteriores, realizadas no mesmo ano. Já o Mundial, foi disputado por apenas 12 equipes, e agora terá seu número ampliado para 16, como anteriormente. Nesse cenário, teríamos participado do Mundial da Austrália. Seguir o trabalho, mapeando novos talentos, como fizemos com Kamilla e Stephanie. Seguir colocando a base nos torneios internacionais, como faremos no Mundial sub-19 em 2023. Mantendo e ampliando os camps de trabalho com a base.

Está satisfeito com o desempenho da seleção masculina?

Fizemos uma grande AmeriCup em 2022, mesmo desfalcados. Enfrentamos a Argentina praticamente com força máxima, vice-campeã mundial em 2019 e fomos muito bem. Depois, tivemos duas vitórias maiúsculas fora de casa pelas Eliminatórias, contra EUA e México. Estamos a uma vitória do Mundial e tenho certeza que conseguiremos.

Agora, falando da Liga Nacional de Basquete. O novo presidente, o Rodrigo Montoro, afirmou que há um processo de ‘mediação extrajudicial’ em andamento e que vai fazer de tudo para um acerto com a CBB. Em que pé estamos?

É verdade que começou um processo de mediação extrajudicial. Está ainda no início dos trabalhos, mas acredito que ele trará muitos frutos ao basquete brasileiro.

O que é necessário para que exista um acordo? O que a CBB quer para manter a chancela da LNB para organizar o NBB?

Primeiramente, dou as boas vindas para o novo presidente, o Montoro, da LNB. Que faça um grande trabalho. E o convido para conversarmos sobre o basquete brasileiro. A CBB nunca deixou de estar aberta ao diálogo, como assim segue, mas primeiramente é preciso o respeito à hierarquia. É preciso que cada um entenda e respeite a sua posição no processo e no ecossistema. Creio que ainda é muito cedo no processo para dizer…

Por fim, você não pode se reeleger, você já tem um possível sucessor?

Acredito que este não seja o momento para se pensar em política. Temos um 2023 desafiador, e espero que um 2024 com as quatro seleções nos Jogos Olímpicos. Depois disso, vamos nos dedicar ao assunto. Ainda não é hora de antecipar esse debate.

Com informações Agência Estado

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