Equipamentos tecnológicos como os drones ampliam a segurança nos complexos prisionais. Assunto veio à tona após fuga de detentos do presídio de Mossoró (RN)
Por Kebim Tamanini
O tema equipamentos tecnológicos para segurança prisional veio à tona, nos últimos dias, após a fuga de dois detentos do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN), ocorrida na última terça-feira (13). O assunto vem mantendo os brasileiros atentos às operações de recaptura em andamento e os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), popularmente conhecido como drones, ganharam notoriedade por conta de seu uso na operação policial no Nordeste.
Drones equipados com sensores térmicos estão sendo utilizados para explorar áreas de mata densa e terrenos de difícil acesso, aumentando significativamente as chances de captura dos foragidos. A expectativa é que a combinação da tecnologia dos drones com os recursos humanos especializados contribua para uma localização rápida dos foragidos, garantindo a segurança da população e o retorno à normalidade na região afetada.
De acordo com uma pesquisa da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio), 63% das forças de segurança do país já utilizam essa tecnologia em suas operações, evidenciando a sua eficácia e importância no combate ao crime e na proteção da sociedade. No Espírito Santo, os Policiais Penais contam com 15 drones.
Os equipamentos auxiliam nas ações diárias realizadas nas unidades prisionais, incluindo aumento da vigilância nas áreas do entorno, acompanhamento de operações e monitoramento mais rigoroso da saída e chegada de detentos do regime semiaberto que saem do presídio para trabalhar.
“A visão aérea possibilita notar alguns pontos críticos que a olho nu não é possível. Conseguimos fazer o acompanhamento de operações, as rondas em unidades prisionais e até o mapeamento de possíveis rotas de fuga que podem ser utilizadas por criminosos. Também utilizamos para monitorar, de cima, o fluxo de pessoas nos complexos durante as visitas sociais”, disse o policial penal Hebert Gabler.
Para utilizar o equipamento, policiais penais capixabas participaram do Curso de Formação de Pilotos de Veículos Aéreos Não-tripulados, aplicado na Academia da Polícia Penal do Espírito Santo (Acadeppen). A capacitação já habilitou cerca de 40 servidores para uso da ferramenta.
O diretor-geral da Polícia Penal do Espírito Santo, José Franco Morais Júnior, destaca que a ferramenta tem sido utilizada em diversas unidades como reforço da segurança. “Além dos procedimentos utilizados de forma rotineira para segurança das unidades, o uso dos drones tem possibilitado a ampliação da vigilância, dentro e fora dos complexos prisionais. Vamos capacitar ainda mais policiais penais para essa atividade. Nosso compromisso é manter as unidades prisionais seguras e controladas. Esse é o nosso dever com a sociedade capixaba”, pontua José Franco Morais Júnior.
Fuga em Mossoró (RN)
Uma semana já se passou desde a fuga do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró (RN), e a operação de busca dos fugitivos conta com um efetivo impressionante: três helicópteros, 100 agentes da Polícia Federal, 100 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outros 100 das forças locais, incluindo Polícia Militar e Civil. Equipes especializadas em operações em matas densas também estão em campo, reforçando os esforços para localizar os fugitivos.
Os fugitivos, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, foram incluídos, na última semana, no sistema de difusão vermelha da Interpol, que reúne os criminosos procurados mais perigosos do mundo.
Segundo o G1, os criminosos foram vistos pela última vez na sexta-feira (16). Durante a fuga, eles chegaram a invadir duas casas. Os policiais já encontraram algumas pistas no raio de 15 quilômetros da penitenciária
