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sábado, 27 abril, 2024

Diabetes na terceira idade exige atenção redobrada à saúde dos idosos

Idosos diabéticos precisam de um acompanhamento diferenciado, já que sua saúde é mais frágil por conta do processo natural do envelhecimento

Por Gustavo Genelhu

Com o avanço da idade, é comum surgirem algumas comorbidades, situação que acende um alerta para a saúde dos idosos. Uma das doenças comuns na terceira idade é o diabetes, patologia relacionada aos altos níveis de glicose no sangue.

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No Brasil, é alto o índice de diabéticos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, há mais de 13 milhões de pacientes no País. Em qualquer idade, a doença representa um perigo, mas em indivíduos com idade mais avançada, o problema pode ser ainda mais preocupante.

Idosos com diabetes estão mais expostos a contraírem síndromes geriátricas, como polifarmácia (necessidade de fazer uso de quatro ou mais medicamentos), déficit cognitivo, incontinência urinária, entre outras. Cada um desses agravantes potencializam a fragilidade e colocam o idoso numa condição de saúde mais vulnerável.

Neste dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Combate à Diabetes, data que desperta a todos para a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença. Níveis altos de glicose podem trazer complicações muito graves e, por isso, é tão necessário combater o diabetes, que inclusive pode levar à morte.

Chamo atenção para a terceira idade porque essa faixa etária é ainda mais vulnerável à doença. De acordo com a Diretriz de Cardiogeriatria – documento que norteia a linha de cuidados com idosos, produzido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) – a mortalidade provocada pelo diabetes aumenta conforme o avanço da idade.

Idosos diabéticos precisam de um acompanhamento diferenciado, tendo em vista que têm a saúde mais frágil por conta do processo natural do envelhecimento. Ressalto, portanto, alguns cuidados essenciais, como manter os níveis de colesterol e triglicerídeos controlados; manter os exames oftalmológicos em dia, já que o diabetes pode afetar a visão e até levar à cegueira; verificar as funções renais, além dos cuidados básicos, como alimentação saudável e atividade física regular e com acompanhamento.

Vale destacar que essa enfermidade exige cuidados que devem ser adotados para o resto da vida. Na terceira idade, é fundamental que pacientes e familiares estejam atentos para que tais medidas sejam mantidas e seguidas.

A mudança de hábitos quase nunca é fácil, principalmente quando é imposta por enfermidades que nos obrigam a abrir mão de costumes incorporados à nossa rotina, mas muitas vezes se faz urgente. E em qualquer fase, a vida pode nos impor mudanças e precisamos estar abertos e preparados para fazer o que for necessário. Muitas vezes, é preciso renunciar e se esforçar um pouco mais para, em troca, desfrutar da saúde que tanto almejamos.

O diabetes ainda não tem cura definitiva, mas com os cuidados adequados, é possível desfrutar de qualidade de vida e saúde. Para isso, contudo, é fundamental que, em nem um momento, a doença seja subestimada, pois os prejuízos podem ser grandes e irreversíveis.

Gustavo Genelhu é formado em Medicina pela Universidade Gama Filho. Residência em Clínica Médica pela UFRJ. Médico Geriatra titulado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia  (SBGG). Médico Intensivista titulado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

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