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sábado, 27 abril, 2024

Desafio da gestão da água vai permanecer em 2024 no Espírito Santo

Agência Estadual de Recursos Hídricos alerta para o uso racional da água por parte dos setores produtivos e da sociedade

Por Marco Antonio Antolini

A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) vem periodicamente se reunindo com vários órgãos do governo do estado para fazer o acompanhamento da gestão da água no Espírito Santo, e tem alertado que os principais arranjos produtivos devem primar pelo uso racional, bem como a sociedade de um modo geral. Este, ano o desafio da gestão da água vai permanecer no Espírito Santo.

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Em dezembro, por exemplo, foi declarado um “Estado de Alerta”, em que medidas restritivas foram adotadas visando à economia e ao uso racional da água.  A agricultura deve economizar no mínimo 20% do consumo; a indústria, 25%; outros setores, 35% do volume de água. Essas medidas podem ser revistas a partir da próxima semana para algumas regiões do Estado.

“Eu sempre digo que a água é um grande vetor de desenvolvimento. Então, onde há uma boa gestão da água, há também maior possibilidade de alavancar o crescimento. Assim, em regiões em que não há uma boa gestão, haverá comprometimento da disponibilidade em termos quantitativos ou qualitativos da água. Isso automaticamente não vai atrair investimento, não vai atrair arranjo produtivo.  Vai inclusive impactar o setor da agricultura e questões relacionadas à qualidade de vida”, afirmou o diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert.

De com Ahnert, houve avanços em vários segmentos produtivos do Estado em relação à gestão da água, mas é necessário avançar mais. “O setor da agricultura tem que investir cada vez mais em sistemas de irrigação tecnificados que economizem mais água, que primem por utilização de sistemas relacionados ao gotejamento, a microaspeção, a irrigação localizada”, esclareceu. 

Mudanças

No Espírito Santo, ele afirmou que foram constadas mudanças importante.  “No último censo, a gente já observou que da última década para cá, felizmente, nós tivemos uma alteração muito importante de sistemas de irrigação que antes eram feitos por aspersores, tipo canhão, que acabam desperdiçando muita água. Eles foram substituídos por projetos de irrigação microlocalizada. Isso é muito importante”.

Fábio Ahnert ressaltou que a indústria também tem atuado no sentido de investir em tecnologias de reaproveitamento, em reuso da água. “A gente observa que os principais setores produtivos do Estado estão procurando se ajustar no sentido de usar a água cada vez de forma mais racional, porque é uma atitude sustentável”, afirmou.

“É também uma atitude econômica, no ponto de vista financeiro, porque a água hoje tem um custo de captação, de bombeamento, de tratamento, e quanto mais você reduzir esse custo, melhor para o meio ambiente, melhor para o negócio de cada arranjo produtivo”, explicou.

Reservatórios

O diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, afirmou que no Espírito Santo os sistemas de abastecimento de água estão mais integrados e que existe uma presença maior de reservatórios no Estado, que se constituem em fatores de segurança hídrica para os capixabas.

“Nós temos, por exemplo, um grande reservatório para gerar energia que é a Usina de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá. Mas nós estabelecemos um acordo de cooperação com a operação da usina para que ela não priorize só a geração de energia, mas que também sirva como um grande reservatório, uma reserva de água para Grande Vitória”, afirmou.

Ele explicou que há outras importantes barragens, que dão segurança ao sistema capixaba. No extremo Norte do Estado, há o reservatório Valter Matielo, entre Pinheiros e Boa Esperança, que tem um volume muito importante, e no território capixaba há uma presença muito forte de barragens menores. “Então essas barragens, construídas com critério adequado de engenharia, com segurança e com bom dimensionamento, funcionam como uma alternativa de preservação de água”, afirmou.

Consciência

O diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, afirmou ainda que é necessário primar pela economia da água, pois a humanidade está vivendo as consequências do processo da alteração global do clima, das mudanças climáticas. “Esses eventos extremos de chuvas intensas ou estiagens fora de época, como a gente tem agora, estão se tornando mais frequentes e mais intensos. Então, o desafio de usar cada vez mais racionalmente a água está aumentando. Isso vale para nós enquanto cidadãos”, afirmou.

 

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