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quarta-feira, 1 maio, 2024

Comerciantes preparam reabertura de lojas após enchente em Mimoso do Sul

Inundações atingiram 98% do comércio da cidade

Por Kikina Sessa

Após 15 dias da maior enchente registrada na Região Sul do Estado, afetando principalmente o município de Mimoso do Sul, na madrugada do último dia 23 de março, os empreendedores lutam como podem para reconstruir seus negócios e conseguir reabrir seus estabelecimentos. 

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De acordo com a Associação Comercial de Mimoso do Sul (Ascomes/CDL), 98% dos estabelecimentos da cidade foram atingidos pelas chuvas, causando prejuízos materiais difíceis até de serem mensurados, já que a perda, na maioria dos casos, foi total.

Há um ano e meio presidindo a Associação, Gabriel Dellatorre Fontes, de 27 anos, disse que antes da enchente a entidade tinha 99 associados, todos com CNPJ (Cadastro de Pessoa Jurídica) ativo, e que após a enchente, apenas três das 99 empresas conseguiram continuar trabalhando: dois supermercados e uma farmácia que não foram inundados. 

Um dos estabelecimentos previstos para reabrir é o da família de Gabriel. Uma unidade do Supermercados Fontes será reinaugurada ainda nesta semana, segundo previsão. A outra loja sofreu problema estrutural e deve demorar um pouco mais. Segundo Gabriel, a perda foi total e a empresa precisou adquirir novos balcões, refazer o teto da loja, comprar ilhas frigoríficas e maquinário e mercadorias. 

“Eu acho que daqui uns 20 dias 50% do comércio deverá estar reaberto. Mas Mimoso vai perder de 30% a 25% dos estabelecimentos porque muita loja pequena não vai reabrir. Não tem capital para reabrir, mesmo o governo tendo uma linha de crédito, o comerciante fica inseguro de contrair dívida.” 

Para ajudar na retomada dos negócios, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) destinou R$ 50 milhões para uma linha emergencial que oferece empréstimos que variam de R$ 21 mil a R$ 500 mil, com juros de 50% da taxa selic (hoje em 10,75%). Essa linha não é para Microempreendedor Individual (MEI). 

Para se ter uma ideia, Gabriel disse que das oito farmácias do município, só uma não foi atingida. Dos 10 supermercados, apenas dois continuaram funcionando. Os dois postos de combustíveis da cidade foram atingidos e estão sem atender. 

Outro supermercado que também prepara a reabertura é o BR. O gerente Alexsandro Antônio Saluci Aorilo, 33 anos, disse que o foco é reconstruir e reabrir novamente para atender a população que está tendo necessidade de fazer suas compras em outros municípios, como Muqui e Atílio Vivacqua.

“Nossa expectativa é reabrir ainda neste mês de abril. Temos duas unidades do supermercado no município e tivemos perda total nas duas”, conta Alexsandro. São mais de 60 funcionários diretos que aguardam para retornar ao trabalho. 

Restaurante

Quem também faz planos de reabrir o Bar e Restaurante Familiar é a comerciante Selma Lopes Dalt, de 44 anos. Há 9 anos a família arrendou o estabelecimento que funcionava nas instalações da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), no Centro da cidade. O comércio era a única fonte de renda da família.

Selma conta que passados 15 dias da tragédia que atingiu a cidade do Sul do Estado, ainda não conseguiu ter acesso ao local onde funcionava o restaurante pois tem mais de dois metros de lama e os entulhos ainda não foram recolhidos, já que a preferência para limpeza tem sido das vias públicas. 

No momento, eles pensam em alugar um outro ponto comercial e montar outro  restaurante. “Não podemos parar. Era a nossa única fonte de renda e é o que a gente sabe fazer. Emprego, procurar aonde? A nossa intenção é conseguir um local para voltarmos a funcionar. Lá na AABB a gente não sabe quando vai voltar, se vai demorar um ano, dois anos para ser reconstruído”.

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