Centro de Vitória está em alerta após queda de marquise. Casos não são isolados na região, que registra anualmente acidentes deste tipo
Por Kebim Tamanini
Nos últimos dias, o Centro de Vitória tem estado sob os holofotes após a queda de uma marquise do prédio Jerônimo Monteiro. As causas atribuídas foram corrosão, umidade e sobrecarga estrutural. Este caso, de acordo com a Prefeitura de Vitória, não é um evento isolado. Em levantamento feito pelo órgão, a cidade conta com 383 imóveis com algum dano estrutural, a maioria localizada no Centro.
Essa área da cidade já enfrentou outras situações semelhantes recentemente. Em setembro de 2022, um antigo prédio comercial na mesma avenida desabou e foi posteriormente demolido pela Prefeitura de Vitória devido à falta de licenciamento e risco iminente de queda. Durante essa operação, um motorista foi ferido enquanto passava pelo local.
Outro caso aconteceu em setembro de 2020, um sobrado de dois andares desabou na Rua Sete, enquanto em setembro de 2021, um incêndio em um imóvel no topo de um edifício na Cidade Alta chamou a atenção para a situação precária de diversos prédios no Centro. Muitos deles estão abandonados há mais de uma década.
Crea-ES pede interdição de imóveis danificados
Diante do cenário de alerta, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) solicitou à Prefeitura de Vitória que vistorie todas as marquises da região da capital. No documento, enviado também para ciência da Defesa Civil Estadual, o presidente Jorge Silva alerta que, “em caráter de urgência, seja interditado todo imóvel onde for constatado risco de colapso e desabamento de sua marquise, bem como emissão de notificação aos proprietários ou representantes legais para executarem os devidos reparos no sentido de eliminar os riscos constatados nas marquises, sob pena de interdição da edificação”.
Segundo a Prefeitura de Vitória, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec) intensificou suas fiscalizações desde agosto do ano anterior. Como resultado, 383 imóveis foram identificados com necessidades de intervenção, classificados em diferentes níveis de risco. Dentre estes, 167 proprietários foram notificados e 49 multados. Além disso, 117 imóveis já regularizaram as suas condições.
Este cenário tem deixado a cidade em alerta, com esforços concentrados em garantir a segurança dos cidadãos e a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico do Centro de Vitória.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo se colocou à disposição dos órgãos envolvidos para contribuir no que for necessário dentro de suas atribuições legais e institucionais.
Outras cidades
Outras três prefeituras da Grande Vitória foram procuradas pela reportagem para informar quantas marquises estão com risco de queda nas cidades. A Prefeitura da Serra disse não possuir esses dados. Já as prefeituras de Vila Velha e Cariacica ainda não responderam a demanda da redação.