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quarta-feira, 1 maio, 2024

Fábio Damasceno: “População capixaba tem ganhado novas alternativas para o deslocamento diário”

Por Robson Maia 

Nunca se falou tanto em mobilidade urbana como atualmente no Brasil. Tema de extrema relevância para o desenvolvimento do país, do ponto de vista funcional e da sustentabilidade, o assunto se tornou um verdadeiro desafio pela crescente urbanização e pela concentração populacional nas cidades e áreas metropolitanas.

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No Espírito Santo, são 3.833.486 pessoas distribuídas em mais de 46 mil km², de acordo com o último Censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022. No entanto, com 1.756.187 habitantes – quase a metade da população total do estado -, a densidade demográfica da região metropolitana capixaba cria um cenário similar ao de grandes metrópoles brasileiras, proporcionalmente.

Cerca de 45% da população espírito-santense habitam nos municípios da Grande Vitória, formada por Cariacica, Serra, Viana, Vila Velha, Guarapari, Fundão e Vitória. Com esse cenário, as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana e Infraestrutura (Semobi), tornam-se primordiais para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo e a melhoria da qualidade de vida da população capixaba, além do incentivo de políticas de sustentabilidade ambiental e segurança.

Para o secretário de Estado de Mobilidade Urbana e Infraestrutura, Fábio Damasceno, a avaliação do trabalho realizado pela pasta na gestão de projetos e no desenvolvimento da mobilidade capixaba tem sido “positiva”. O gestor menciona a carteira de projetos aplicada pelo governo estadual e reforça que, diariamente, as autoridades capixabas têm discutido a implementação de novas políticas com a finalidade de trazer benefícios à população.

“A nossa avaliação é muito positiva. A população ganhou novas alternativas para o deslocamento diário, como o Aquaviário, a Ciclovia da Vida e outras ciclovias, como a da Rodovia das Paneleiras e a do Portal do Príncipe. As obras realizadas ajudaram a reorganizar o trânsito, trazendo mais fluidez e diminuindo o tempo de viagem tanto para quem utiliza o transporte público quanto para quem está em veículo próprio. Não temos mais aquela cena dos acessos da Terceira Ponte com longos engarrafamentos nos horários de pico”, analisou o secretário.

Entre as intervenções mencionadas por Damasceno, a que recebeu mais destaque no recorte recente foram as ações de ampliação da Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça, conhecida como Terceira Ponte, e a construção da Ciclovia da Vida Detinha Son, que permite a passagem entre os municípios de Vitória e Vila Velha de bicicleta.

O secretário alerta que situações de congestionamento continuarão existindo, mas que as ações do Governo do Estado aliviaram a pressão no fluxo de veículos e pessoas, sobretudo na hora do rush.

“É óbvio que trânsito existe. Em qualquer lugar do mundo em horário de pico tem trânsito, tem uma demanda maior pelo transporte público. Nós fizemos investimentos para aliviar a pressão desses momentos, e os resultados estão aí, trazendo inclusive redução do número de acidentes. A ampliação da Terceira Ponte, com a faixa exclusiva, além de obras como a do Complexo Viário de Carapina, com o novo viaduto, têm a função de reorganizar o trânsito dos veículos tradicionais e otimizar o tempo das viagens. As ciclovias trazem uma nova alternativa para o deslocamento, com excelente adesão pela população”, frisa Damasceno.

O gestor ainda menciona as ações paralelas traçadas pela administração durante as intervenções já realizadas, como a reativação do Aquaviário. Modal tradicional do fim do século passado, o sistema voltou a operar realizando viagens entre os municípios de Cariacica, Vitória e Vila Velha.

“As ciclovias trazem uma nova alternativa para o deslocamento, com excelente adesão pela população”

“O Aquaviário vem complementar o Sistema Transcol, trazendo uma nova modalidade e que alivia ainda mais o trânsito em determinadas regiões. Além disso, para muitos, tem o aspecto turístico, que também é ótimo, mas também representa um ganho de tempo no deslocamento”, ressaltou o secretário.

Confira a seguir os melhores trechos da conversa do secretário Fábio Damasceno com a ES Brasil.

As obras de ampliação de faixas da Terceira Ponte e da construção da Ciclovia da Vida foram um marco na mobilidade urbana capixaba. Os impactos estão de acordo com o que foi projetado?

A adesão da população à Ciclovia da Vida foi superior à nossa expectativa. Encerramos a primeira semana de outubro com mais de 78 mil viagens feitas. A demanda tem sido grande em dias de semana, por trabalhadores e estudantes, e muito maior no fim de semana, pelo público do esporte e lazer. Já na Terceira Ponte, com a faixa exclusiva, constatamos a redução de cerca de 20 a até 40 minutos em viagens de algumas linhas do Transcol. Também caiu o número de acidentes na ponte. Aquela retenção nos acessos à Terceira Ponte, principalmente nos horários de pico, diminuiu consideravelmente, tanto no volume quanto no tempo de duração.

Os acessos à Ciclovia da Vida na entrada e saída em Vitória receberam críticas em relação à qualidade e à segurança. O Governo trabalha para corrigir essas questões?

Foi desenvolvido um projeto, aprovado com a Prefeitura de Vitória, para conexão da Ciclovia da Vida com a ciclovia da Avenida Américo Buaiz. O trecho está em fase final de implementação.

A reativação do Aquaviário foi outro marco importante para a mobilidade capixaba. O sistema tem atendido às expectativas? Existe previsão de aumento do número de embarcações e pontos de embarque para os próximos meses? E em relação às viagens noturnas, o governo estuda algum prazo para dar início às operações?

O Aquaviário também tem cumprido o seu papel na mobilidade urbana. Ainda não completamos dois meses de inauguração e já temos muitos pedidos por mais barcos, mais estações. Temos trabalhadores e estudantes que usam o Aquaviário diariamente, já faz parte da rota. E, aos fins de semana, muitas famílias procuram nossos barcos para passear pela baía de Vitória. Estamos avaliando as operações para identificar se há necessidade de ajustes de horários, quais são as demandas etc. Enquanto isso, já solicitamos um novo barco, que deve chegar até o final do ano para reforçar o serviço.

Em entrevista recente, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, afirmou que articula com o Governo um possível ponto de embarque do Aquaviário na nova orla de São Pedro. Essa demanda já está sendo articulada pela Semobi?

O Governo do Estado anunciou e realizou a retomada do Aquaviário na Grande Vitória. Começamos com três estações e estudamos a demanda para compreender quais são as necessidades de expansão. Nós já havíamos recebido pedidos e dialogado com moradores da Grande São Pedro quanto à possibilidade de instalar uma estação em São Pedro e essa questão está em estudo, bem como a expansão para outros pontos de Vitória, assim como de Vila Velha e de Cariacica.

Outras obras estruturantes que foram um marco da atual gestão são a Rodovia das Paneleiras, o Novo Aeroporto e o Portal do Príncipe, além da conclusão das obras da Av. Leitão da Silva. Quais são as ações traçadas para o próximo ano?

Nós iremos anunciar em breve os editais das nossas próximas obras. Vamos seguir trabalhando pela mobilidade urbana, com obras e serviços que contribuam com a nossa população e o deslocamento diário. Por enquanto, posso adiantar que estamos trabalhando no projeto para o corredor exclusivo de ônibus na rodovia Carlos Lindenberg.

O Espírito Santo segue sendo o único estado do Sudeste sem modelos considerados fundamentais para o transporte coletivo, como VLTs e metrô. O governo planeja algum tipo de intervenção nesse sentido. Há algum estudo em andamento?

“Hoje, assumimos o desafio de viabilizar a priorização do transporte público”

A demanda do Espírito Santo é diferente da de outros estados da região Sudeste. Hoje, assumimos o desafio de viabilizar a priorização do transporte público. Nos últimos anos investimos no Sistema Transcol para atualização e renovação da frota, modernização do sistema de bilhetagem, ampliação da área de cobertura, integração física e temporal, renovação dos terminais e oferta de tecnologia para acompanhar em tempo real as viagens.

Agora queremos dar continuidade à priorização do transporte público, porque ele permite o deslocamento de um grande número de pessoas de uma só vez, reduzindo o número de veículos nas vias. Isso ajuda a aliviar o congestionamento, diminuindo o tempo gasto no trânsito e melhora a fluidez das vias. Priorizar o transporte público é uma estratégia que também promove a sustentabilidade e impactos positivos para melhorar a qualidade de vida da população.

O governador Renato Casagrande afirmou que a 3ª Ponte continuará sendo administrada por concessão. Existe algum planejamento/estudo para definição da questão?

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) está realizando o estudo das melhores possibilidades para manutenção e operacionalização da Rodovia do Sol após o vencimento do contrato. O Governo do Estado está tomando todas as medidas necessárias, que serão anunciadas oportunamente.

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