O Sindicalçados estima que os capixabas gastaram cerca de R$ 857 milhões com calçados, em 2012
A Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) diagnosticou que os calçados capixabas estão mais valorizados no exterior quando comparado os dados entre janeiro de 2012 e 2013. De acordo com o estudo, o valor médio do par de calçados do Estado quase dobrou em janeiro deste ano, passando de US$ 8,52, em janeiro de 2012, para US$ 16,49 no primeiro mês deste ano, aumento de 93,5%.
Segundo o diretor do Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados), Ricardo Brito, o resultado é a combinação de fatores como o aumento no custo da matéria prima e o salto de qualidade do calçado capixaba. “Empresas do Estado passaram a vender modelos com maior valor agregado, como calçados com 100% couro, e a trabalhar com materiais considerados nobres para a indústria do setor, como sapatos com fios dourados, glitter e bordados”, explica.
O levantamento ainda detectou um aumento considerável na quantidade de calçados exportados pelo Espírito Santo. Segundo a pesquisa, foram vendidos 19437 pares em janeiro, ante 1188 no primeiro mês de 2012. Em valores, as vendas representam crescimento de 3065,5% na movimentação financeira da atividade, passando de US$ 10.124 para US$ 320.480.
No mercado interno, o Sindicalçados estima que os capixabas gastaram cerca de R$ 857 milhões com calçados, em 2012. A projeção foi feita de acordo com a pesquisa Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência, de R$ 244,06 na região sudeste. A queda nas exportações tornou o mercado interno o grande motor do consumo para a indústria calçadista nacional, apesar da concorrência desleal praticada por países asiáticos, como a China.
Vale salientar que, em 2012, a indústria de calçados ganhou mais uma proteção, do Governo Federal, contra produtos importados: as tarifas contra calçados, solados, cabedais e outros assessórios para a fabricação dos mesmos também passaram a ser alvos de taxação para entrar no Brasil. A alíquota de importação foi elevada de 18% para 25%. A elevação tem validade até setembro de 2013, podendo ser prorrogada até dezembro de 2014.
Espírito Santo. Ações desenvolvidas na qualificação profissional contribuem para fortalecer esta estatística. O Sindicalçados desenvolve em Cachoeiro de Itapemirim uma ação para solucionar o déficit de profissionais capacitados, a Escola de Corte e Costura, que em 2011 e 2012 formou e certificou quase 200 trabalhadores. Para este ano, a expectativa é dobrar essa capacidade e formar 200 pessoas.
De acordo com o presidente do Sindicalçados, Altamir Martins, a escolha do município para sediar o projeto foi estratégica, devido a sua importância para a indústria calçadista. A cidade concentra 25,7% das empresas e responde por quase 50% dos quatro mil empregos diretos e indiretos do segmento. “O projeto da Escola é pioneiro e a intenção é em breve criar uma, nos mesmos moldes, em Vitória”, disse.