O parlamentar foi flagrado pelas câmeras da Alesp no dia 1º de dezembro colocando a mão na lateral dos seios da deputada Isa Penna (PSOL)
Por Adriana Ferraz (AE)
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu na manhã desta quarta-feira, 10, abrir processo de cassação do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), por importunação sexual. O parlamentar foi flagrado pelas câmeras da Alesp no dia 1º de dezembro colocando a mão na lateral dos seios da deputada Isa Penna (PSOL), que o acusa de assédio sexual.
A decisão se deu por unanimidade. Todos os dez deputados que compõem o colegiado votaram pela abertura do processo que pode levar o parlamentar a perder o mandato. Mas, apesar de o grupo ter decidido prosseguir com a denúncia, Fernando Cury segue sua atuação parlamentar como deputado, sem qualquer tipo de punição ou restrição até que o processo seja encerrado pelo mesmo conselho. A partir de agora, testemunhas serão convocadas por ambos os lados ainda dentro do grupo, que terá de apresentar e votar um relatório final a ser posteriormente encaminhado ao plenário da Alesp.
Antes da votação ser iniciada, o advogado Roberto Delmanto, que representa Fernando Cury, solicitou ao conselho que considerasse a deputada Erica Malunguinho (PSOL) impedida de votar por ela já ter se manifestado favorável sobre o processo de cassação em suas redes sociais. “É a mesma coisa que um juiz afirmar que o réu é culpado antes de seu julgamento”, disse Delmanto.
A presidente do conselho, Maria Lucia Amary (PSDB), colocou o pedido da defesa em votação e Erica teve então seu direito de manifestação garantido pelos colegas também por unanimidade. Na abertura da sessão, o mesmo pedido de impedimento havia sido feito em relação ao deputado Alex de Madureira (PSD) e também não foi acolhido.