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domingo, 28 abril, 2024

Ano de premiações para o café capixaba

Setor cafeeiro ganhou destaque internacional pela alta qualidade e conquistou novos mercados

Por Cristiano Stefenoni

Quando o assunto é café, o conilon do Espírito Santo é líder nacional, responsável por 75% de toda a produção do país, que é o segundo maior exportador do planeta. Essa história, que vem sendo escrita há 60 anos, deu ao cultivo dessa espécie a posição de mais importante atividade agrícola do estado capixaba. O valor total bruto exportado atingiu a impressionante marca de R$ 9,6 bilhões, sendo R$ 6,9 bilhões relacionados ao café conilon e R$ 2,6 bilhões ao arábica, segundo dados do Consórcio Pesquisa Café 2023.

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Ano de premiações para o café capixaba
Fonte: Conab/ Abics / CCCV e GDN/SEAG

Aliás, este ano o complexo cafeeiro assumiu a primeira colocação como o produto mais exportado do Espírito Santo, com uma alta de +88,8% no volume e +49,4% nos valores comercializados, batendo a marca de US$ 784,9 milhões (46,2%) em geração de divisas, de janeiro a outubro de 2023, especialmente em função do conilon, que dobrou o volume de sacas exportadas, segundo dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

“O complexo cafeeiro abriu uma vantagem de US$ 130,8 milhões sobre a celulose este ano. O café conilon é o grande responsável por impulsionar esses resultados, visto que representa mais de 71% do volume exportado do complexo cafeeiro”, ressalta o secretário da Agricultura, Enio Bergoli.

Cafés especiais, a nova aposta do setor

O ano de 2023 também serviu para consolidar a qualidade do café capixaba. Em outubro, por exemplo, o café especial capixaba recebeu a nota 88,5 da Specialty Coffee Association (SCA), cuja escala chega a 100. Em junho, o café capixaba foi destaque na maior feira do segmento da bebida na Europa: a World of Coffee, realizada em Atenas, na Grécia. Foram apresentados os tipos arábica e conilon, representando a produção de norte a sul do Espírito Santo.

“Esse é um trabalho árduo e longo e nos dá uma enorme satisfação vermos que estamos produzindo cafés com excelente classificação internacional. Isso é a valorização desses cafés especiais”, destacou o coordenador do projeto, Rogério Guarçoni, engenheiro agrícola do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

A qualidade do café produzido no Estado atraiu olhares estrangeiros. Em maio, um grupo formado por dirigentes de entidades internacionais e executivos de grandes indústrias de café dos Estados Unidos e da Europa visitou instituições e propriedades de regiões produtoras de café no Espírito Santo.

Inovação e tecnologia também foram destaques na produção do café em 2023. Rastreamento digital, embalagens tecnológicas, inteligência artificial para facilitar a vida dos produtores e drones conectados a satélites para monitorar a biodiversidade são alguns exemplos. Tudo isso ajudou a melhorar a qualidade dos grãos, a ampliar a exportação e a diversificar o mercado.

“Devido aos investimentos em tecnologia e inovação, o Estado virou uma grande referência mundial na produção de cafés especiais. Atualmente, são produzidas cerca de 1,5 milhão de sacas de café de qualidade superior sendo que, dessas, cerca de 300 mil são de cafés especiais com pontuação acima de 80 pontos”, ressaltou Fabiano Tristão, engenheiro agrônomo e extensionista do Incaper.

Cooperativas, o apoio certo para crescer

As cooperativas que atuam no setor cafeeiro também fizeram investimentos importantes. A Cooabriel, por exemplo, maior cooperativa de café conilon do Brasil, estima que houve um investimento na ordem de R$ 23 milhões em vários projetos em 2023. Em 2022 a organização teve faturamento bruto de R$ 1,8 bilhão em suas transações, sendo R$ 1,3 bilhão somente com o café.

“Nosso foco é sempre o cooperado e buscamos oferecer serviços cada vez mais eficientes, trazendo sustentabilidade para a continuidade do negócio”, afirmou o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello.

Além disso, a cafeicultura capixaba – que está presente em cerca de 60 mil das 90 mil propriedades agrícolas do Espírito Santo – gera oportunidades. São, aproximadamente, 400 mil empregos diretos e indiretos no Estado. E 73% dos produtores operam em bases familiares, tendo 131 mil famílias envolvidas na produção de café no Estado, entre Conilon e Arábica. A atividade cafeeira é responsável por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

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