O desempenho de destaque do PIB nas atividades imobiliárias se explica por mudanças no valor adicionado pelos aluguéis de imóveis
O setor de serviços completou nove trimestres seguidos de crescimento, conforme os dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados nesta quinta-feira (01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de 1,1% no terceiro trimestre ante o segundo, numa trajetória de recuperação iniciada no terceiro trimestre de 2020, após a economia como um todo afundar com a pandemia de covid-19.
A queda de 0,9% no PIB da agropecuária na comparação com o segundo trimestre foi a maior nessa base de comparação desde o terceiro trimestre de 2021, quando houve um tombo de 5,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado. Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o mau desempenho das produções de cana e mandioca explica essa queda na margem.
- Onças-pintadas com filhotes são encontradas na Serra do Mar paranaense
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
Dentro do PIB de serviços, o crescimento de 1,5% nas “atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados” sobre o segundo trimestre foi o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2020. Na contramão da maior parte das atividades, os serviços financeiros cresceram 4,6% naquela ocasião. Agora, no terceiro trimestre deste ano, o bom desempenho teve a ver com os aumentos do spread bancário e das concessões de crédito, disse Palis.
Outro desempenho de destaque no histórico foi a alta de 1,4% nas atividades imobiliárias na margem. Foi o melhor desempenho em dez anos. No segundo trimestre de 2012, essa atividade cresceu 2,6% ante o trimestre imediatamente anterior. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o crescimento das atividades imobiliárias foi de 3,2%, o maior desde o primeiro trimestre de 2019, quando o crescimento foi de 3,3%.
Rebeca Palis, do IBGE, explicou que esse desempenho de destaque nas atividades imobiliárias se explica, em parte, por mudanças na metodologia para estimar o valor adicionado pelos aluguéis de imóveis.
Segundo a pesquisadora, as mudanças partiram de revisões no cálculo do PIB dessa atividade em 2021 e no primeiro semestre deste ano. Essas revisões – necessárias porque a pandemia afetou as entrevistas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), principal fonte dessas informações – acabaram elevando o desempenho da atividade.
Na ótica da demanda, o crescimento de 1,3% no consumo do governo no terceiro trimestre ante o segundo também foi destaque. Foi a maior alta desde o terceiro trimestre de 2021, quando o avanço foi de 1,4%.
Com informações de Agência Estado