Setor também avalia movimentação de novas redes no mercado capixaba
Por Anderson Neto
A Reforma Tributária, aprovada no Senado na última semana, e com o texto pendente de nova apreciação na Câmara dos Deputados, vem desagradando alguns setores da economia brasileira. Um deles é o de supermercados. Na avaliação do superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, o momento é “de grande preocupação para o setor”.
“Pelo que foi dito anteriormente sobre a reforma, deveria ser para simplificar, e não para aumentar a carga tributária. E pela proposta que passou na Câmara Federal, pode estar certo de que nós vamos ser muito prejudicados, principalmente com essa possibilidade de 28% de alíquota”, avaliou o superintendente da Acaps.
Além de esperar uma simplificação de tributos, Hélio Schneider afirma que o setor aguardava uma diminuição da carga, com contrapartidas de investimentos públicos. “Infelizmente a informação que a gente tem é que a carga vai subir muito, não só em alimentos, mas de um modo geral. Isso é lamentável. Porque a gente esperava uma reforma mais simples. E que esse dinheiro que é arrecadado seja revertido em benfeitorias para o próprio brasileiro, na saúde, educação, segurança…”, lamentou o dirigente.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, é da mesma opinião. “A mudança vai penalizar setores cruciais da economia brasileira e pode fazer os preços dos alimentos e dos serviços de maneira geral dispararem”.
Galassi criticou a ideia de se criar um único tributo em substituição a diversos impostos federais, estaduais e municipais que incidem sobre bens e serviços, como ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins.
Novas redes
Quanto à movimentação do mercado capixaba, que está recebendo investimentos de grandes redes de abastecimento, como a Assaí Atacadista e a Rede Supermercados BH, além de testemunhar a expansão de empresas capixabas do ramo – como o Carone, que vai inaugurar sua primeira loja fora do Espírito Santo -, Hélio Schneider se mostra otimista.
“Isso faz parte do jogo. O setor de supermercados tem uma dinâmica muito grande. E antes nós tínhamos três ou quatro formatos de loja. Hoje nós temos de 12 a 14 formatos diferenciados, quer dizer, uma dinâmica muito grande”, explica o superintendente.
Ele reforça que as redes estão sempre buscando atender ao comportamento e expectativas do consumidor. “Em função disso o grupo do EPA, que é o DMA, que é de BH também, passou a bandeira para esse grupo BH. Já o grupo Açaí, que pertence ao grupo Pão de Açúcar, está vindo para cá porque está apostando no mercado capixaba”, explica.
Hélio Schneider também avalia a estabilidade da economia capixaba como fator atrativo para essas redes. “O Espírito Santo, de uns anos para cá, é um estado que positivamente tem se colocado em evidência. Nossa logística facilita o comércio exterior, e o estado, graças a Deus, está crescendo em todos os sentidos, não só no nosso setor”, finaliza.