Produtos oferecidos por essas instituições podem ter o dobro do rendimento dos tradicionais “bancões”.
Por Gustavo Costa
Na era dos aplicativos que podem ser baixados a qualquer hora e conferidos na tela de um celular, a forma com que os brasileiros lidam com aplicações também pode estar mudando. Se antes as pessoas se limitavam a procurar bancos com agências físicas, hoje todos têm na palma da mão a possibilidade de colocar seu dinheiro em instituições menores, com a mesma segurança e rendimentos muito superiores.
Em alguns casos, as oportunidades de investimento em bancos menores podem pagar quase o dobro que os produtos ofertados pelos “bancões” – leia-se Caixa, Banco do Brasil, Santander e Itaú – bastando para isso o investidor tomar a decisão de baixar um app daquele banco ou de uma corretora, que abrange investimentos de vários bancos em um só lugar. E ao contrário do que se pensa, muitos bancos pequenos têm uma longa história, com décadas de mercado.
O conselheiro do Comitê de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Marcel Lima, explica como é possível um banco menor, como Daycoval, Inter ou Máxima, oferecer um CDB superior ao de uma Caixa ou Itaú, por exemplo. “Quando um banco precisa captar dinheiro no mercado, ele pode pegar dinheiro pela poupança, emitindo CDBs, LCIs, LCAs. Ele vai pegar esse dinheiro com clientes para emprestar para outras pessoas com taxas maiores. A diferença da taxa que ele está emprestando para alguém em relação à taxa que ele pegou é chamado de spread bancário. E é isso que é uma das principais fontes de lucro dos bancos. Então, se um banco é pequeno e pouco conhecido, ele tem um risco de crédito maior e precisa colocar uma taxa maior, já que está concorrendo com um bancão”, disse.
Como vários produtos são garantidos pelo Banco Central, não importa o banco que oferece, logo para o investidor acaba ficando mais tranquilo de investir em instituições menores. “No Brasil existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Os bancos depositam um determinado montante lá nesse fundo, que serve para fazer o pagamento em caso de um eventual calote bancário. Logo, se algum investidor investiu num CDB de um banco pequeno ele vai ser ressarcido mesmo se essa instituição quebrar”, lembrou Lima. A regra para ter o seu dinheiro assegurado pelo FGC é de investir até R$ 250 mil por CPF e por banco. Ou seja, um investidor que coloque até R$ 250 mil em aplicações do banco A e outros R$ 250 mil no banco B estará coberto nos dois casos.
Saúde financeira dos bancos
Ok, sabemos que por ter milhões de clientes a menos na comparação direta, os bancos menores precisam compensar oferecendo produtos com rendimento superior. Mas como saber em que banco de porte pequeno investir? Para se conhecer a saúde financeira de um banco, o quão confiável ele é, é preciso recorrer aos Índices de Basiléia e de Imobilização.
O primeiro mostra a relação entre o capital próprio e o de terceiros de uma instituição financeira. Assim, é possível saber a capacidade do banco em pagar suas dívidas com os recursos do seu próprio patrimônio. Normalmente, quanto maior for esse índice, mais sólida será o banco.
Em um exemplo, se um banco tem um Índice de Basileia de 20%, quer dizer que para cada R$ 100 emprestados, a instituição possuiR$ 20 de patrimônio. Lembrando que o BC considera uma empresa saudável aquela que tem o Índice de Basileia entre 11% e 50%.
Já o Índice de Imobilização mede quanto do capital próprio está em ativos imobilizados, como prédios, veículos, salas, e qualquer outro ativo com baixa liquidez . Em um exemplo, se um banco possui um Índice de Imobilização de 30% quer dizer que para cada R$ 100 de patrimônio, R$30 estão em ativos sem liquidez de forma imediata.
Feita essa consulta da saúde financeira do banco, é só fazer em seguida uma pesquisa dos melhores CDBs, LCIs, LCAs, LCs disponíveis no mercado, baixar o app, criar uma conta online e investir. Tudo feito de forma segura, rápida e com rendimento muito superior às oferecidas pelos grandes players.
