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quinta-feira, 28 março, 2024

A certeza é uma ilusão!

No vasto oceano de conteúdo digital, as lives, os e-books e os posts com reflexões e teorias sendo aplicadas ao que somos e ao que estamos nos tornamos estão em alta

Após um mês de suspensão das atividades de diversos segmentos em virtude da pandemia, os órgãos oficiais seguem recomendando o isolamento social, os veículos de comunicação seguem empenhados na produção de conteúdo sobre o COVID-19 e todos seguem sem nenhuma certeza sobre o que nos espera.

Quando voltaremos ao normal? O que faremos depois que tudo passar? Muitas perguntas e nenhuma certeza. Aliás, o que temos de certo é a necessidade de suprir a condição básica relacionada à nossa sobrevivência, tão bem representada pelo psicólogo norte americano Abraham H. Maslow, ainda na década de 50. A “Pirâmide de Maslow”, como é conhecida, representa hierarquicamente as necessidades humanas em cinco níveis e não há como pensar no topo (realização pessoal) se a base (aspectos ligados à fisiologia, como manter o corpo saudável e garantir a sobrevivência) não for atendida.

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Assim, tudo mais repousa em incertezas, ou ainda, no conceito de que “a certeza é uma ilusão”. Estamos experimentando o mundo VUCA, marcado pela volatilidade (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) e ambiguidade (ambiguity). Descrito inicialmente pelo exército americano nos contextos de guerra e depois utilizado no mundo corporativo, o mundo VUCA trouxe uma nova realidade para os negócios (que tiveram que se reinventar), veio sem manual ou mesmo um tutorial que seguisse o estilo “DIY” (do it yourself), fez com que marcas se reposicionassem e antecipou cenários que certamente viveríamos quando o tal futuro chegasse. Se em tempos “normais” não era possível gerenciar a certeza, não será neste momento que teremos êxito.

No vasto oceano de conteúdo digital, as lives, os e-books e os posts com reflexões e teorias sendo aplicadas ao que somos e ao que estamos nos tornamos estão em alta, mas isso não é suficiente. A audiência não perdoa e muitos já alegam “fadiga da decisão” (também conhecida como a “síndrome da Netflix”, onde o usuário se vê bombardeado com ampla oferta de conteúdo que dificulta seu processo de escolha) somada à montanha russa de sentimentos gerada pelo “encapsulamento” doméstico.

Reconhecer que o que temos são expectativas pode figurar como uma possibilidade de seguirmos com mais sabedoria e equilíbrio. Se há alguma receita ou algo que o valha, apostaria no antropológico e em nossa capacidade de adaptação, especialmente neste tempo tão adverso. Fortalecer as conexões e exercitar nossa capacidade de redesenhar a própria vida (pessoal e profissional) a partir de um repertório exclusivo. Abrir os olhos para o SER, para o HUMANO, e saber que as experiências (todas elas) importam e que cada um tem uma combinação única delas dentro de si.

É tempo de recalcular a rota! Um momento tipo “ponto sem volta”, onde sentimentos e ensinamentos (recentes e os mais antigos) poderão ajudar. Lançar mão do que temos de melhor e seguir com um novo rumo, com racionalidade (uma pitada ou um caminhão rs) e otimismo (a partir da escolha de um viés crítico, porém positivo) é uma alternativa…porém sem certezas! Mais do que nunca ela é uma ilusão!

Danielly Medeiros é jornalista e especialista em Economia para Jornalistas e Comunicadores Institucionais

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