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quinta-feira, 25 abril, 2024

Você conhece os indicadores utilizados na análise de balanço?

A qualidade e o significado dos dados coletados são dados que todo administrador financeiro deve conhecer para análise financeira adequada

Por André Portes Santos

A análise de balanço é uma técnica de enorme importância no diagnóstico da situação econômico-financeira de uma organização. Ela produz índices e indicadores, que permitem comparações com períodos anteriores e com o setor de atividade e mercado da companhia.

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Mas as perguntas que sempre fazemos são: qual o melhor indicador a ser utilizado e qual o melhor método?

Alguns dos principais autores que discorrem sobre o tema apresentam quatro indicadores como suficientes para uma boa análise de balanço, mas ao pesquisar um pouco mais encontramos oito, doze e até dezoito indicadores possíveis. 

Os índices podem até ser confusos, mas foram projetados e se baseiam em uma “lente”, que tem intuito de traduzir para o gestor características que possam, sim, fazer muito sentido, confirmando uma expectativa ou simplesmente expondo gastos e desperdícios.

Os sistemas de gestão mais atualizados permitem ao gestor, através da utilização de metodologias diferentes, promover uma fusão dentre alguns dados relevantes para o negócio.

A qualidade dos dados coletados e o significado de cada um, é um conhecimento que todo administrador financeiro deve ter para efetuar uma adequada análise financeira.  É preciso conhecer bem os indicadores utilizados e suas finalidades.

A seguir, listei alguns dos índices que devemos ter na ponta do lápis:

Os índices de liquidez da análise de balanço permitem avaliar a capacidade de pagamento da empresa frente às suas obrigações. São essenciais para os gestores e também para investidores, bancos, fornecedores, entre outros.

A evolução da atividade da companhia pode ser observada através dos índices operacionais, em serviços e/ou produtos.  Os índices mais utilizados são: Key Performance Indicators (KPI), Operational Performance Indicators (OPIs), Prazos de Rotação dos Estoques (PRE), a Idade Média dos Estoques (IME), o Prazo de Recebimento de Vendas (PMV) e o Prazo de Pagamentos das Compras (PMC).  

Já os Índices Financeiros na análise de balanço relacionam lucro líquido, receita líquida de vendas e capital de terceiros na empresa, apresentando uma perspectiva crua para as instituições. Estas demonstrações devem sempre ser acompanhadas de comentários técnicos, pois sabemos que as flutuações de taxas de juros ou crises nos mercados internacionais inferem, com um peso maior ou menor, e que as notas técnicas trazem sempre uma boa impressão de que a organização está atenta.

Já os Índices de Custo de Capital – Ki – custo capital terceiros e – Ke – custo capital próprio, têm relação direta com a lucratividade da organização. Existem diversas formas de construir estes índices.  Em uma análise histórica; mesmo que se adotem novos conceitos, é bom que se tenha ambos para comparações futuras. O gestor precisa para a análise gerencial escolher a visão que melhor lhe convier, obviamente, sempre dentro dos objetivos determinados pela organização e na forma da lei.

Os indicadores de valorização da empresa são os mais importantes para o business valuation (avaliação da empresa). São estes os mais aplicados na economia ocidental: EBITDA – Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization). Neste caso, ele traz a geração operacional de caixa da empresa no período de análise; o quanto consegue gerar de recursos lançando mão apenas de suas atividades operacionais; exceto os impostos, efeitos financeiros, amortização de direitos e a depreciação dos ativos.  Já o EVA (Economic Value Added) é um instrumento para ter uma visão sobre a real rentabilidade oferecida pela companhia sobre o capital nela empregado. É aplicada para se medir a verdadeira criação de riqueza das empresas.

Outro fator preponderante na análise de balanço de uma empresa é o peso que se aufere a alguns sistemas analíticos que podem ir contra ao que se almeja, resultando obviamente em distorções desnecessárias. O principal objetivo da análise de balanço sempre será dar ao gestor uma visão crítica dentro do que fora proposto pela organização e nos critérios pré-estabelecidos.

Vale ainda ressaltar que é fundamental importante conhecer as pequenas letrinhas que vem nos rodapés, já que algumas escondem o fator por onde o autor utilizou as tabelas ou modelos de análise aplicado.

O melhor caminho para desenvolver uma boa análise de balanço está em determinar os limites da avaliação, assim como a análise empírica dos relatórios e seus respectivos apontamentos. Isto possibilitará ao gestor ter uma visão sistêmica, objetiva e analítica do cenário da empresa, facilitando a tomada de decisão.

André Portes Santos é bacharel em economia pela Fesp-PR, especializado em marketing e vendas pela CookComunications (Colorado-EUA) e mestre em Administração de Negócios com Foco em Gestão de Empresas, pela FAE Bussines School.

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