Presidente garante relatório completo sobre os supostos casos de hacker e espionagem nos EUA na última semana.
O presidente Trump admite que Rússia está por trás da invasão de hackers na eleição dos EUA. Nesta sexta-feira (13), o magnata republicano postou novamente no Twitter sobre a veiculação de “notícias falsas” e sugeriu que foi alvo de um complô de seus “oponentes políticos, tanto democratas quanto republicanos”, e de um “espião falido que tem medo de ser processado”. “Meu povo terá um relatório completo sobre hacking dentro de 90 dias!”, escreveu.
Trump, que tomará posse no próximo dia 20, tem negado veementemente que a Rússia tenha informações comprometedoras sobre sua vida pessoal, como vídeos de orgias com prostitutas durante viagens que fizera a Moscou quando ainda não era candidato. A possibilidade da Rússia possuir um “dossiê” contra Trump para chantageá-lo foi levantada em um relatório escrito pelo ex-agente britânico do MI6 Christopher Steele, de 52 anos, que atualmente é proprietário da consultoria Orbis Business Intelligence.
Em um estudo de 35 páginas que o FBI apresentou a Trump e ao presidente Barack Obama, o agente Steele, que trabalhou por 20 anos em Moscou, afirmou que o governo russo possui uma série de dados sobre Trump. Esse relatório veio à tona nesta semana por meio da rede CNN e do site Buzzfeed. A Rússia negou que esse dossiê contra Trump exista, enquanto o republicano acusou a mídia de publicar “notícias falsas” e se recusou a responder a um repórter da CNN durante uma coletiva de imprensa.
Em meio à esta crise, Trump mudou o tom contra Moscou e admitiu pela primeira vez que hackers russos poderiam estar envolvidos em ataques contra computadores do Partido Democrata durante a campanha eleitoral no ano passado. Segundo ele, equipamentos do Partido Republicano também teriam sofrido uma tentativa de espionagem. A declaração vai na contramão da postura adotada pelo magnata durante toda a eleição, que era de amizade com o líder russo, Vladimir Putin, e de possível reaproximação entre Washington e Moscou.