Empresa integra a cabotagem como parte fundamental de suas operações, reconhecendo-a como uma alternativa viável e sustentável ao transporte rodoviário
Por Rodrigo Augusto Deslandes
Em meio à complexa rede logística brasileira, o transporte aquaviário desponta como uma das peças-chave para impulsionar a economia do país. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) mostram que a movimentação no setor portuário foi de mais de 1,303 bilhão de toneladas em 2023, maior registrada na série histórica.
Essa grande operação evidencia não apenas a vitalidade do sistema portuário nacional, mas também os benefícios econômicos e ambientais que esse tipo de transporte proporciona. Redução significativa de caminhões nas estradas, mais segurança para as pessoas, menor emissão de gases poluentes e aumento da competitividade dos produtos brasileiros são algumas das inúmeras vantagens.
É nesse cenário que a ArcelorMittal, maior produtora de aço no Brasil e líder mundial, emerge como uma protagonista na promoção da sustentabilidade e eficiência logística.
Com visão estratégica, a empresa integra a cabotagem como parte fundamental de suas operações, reconhecendo-a como uma alternativa viável e sustentável ao transporte rodoviário, um dos grandes gargalos da infraestrutura brasileira.
Considerando as unidades de Aços Planos no Brasil, mais de 80% da sua produção de aço é escoada por via marítima. Com usinas estrategicamente localizadas na costa brasileira – Tubarão (ES), Pecém (CE) e Vega (SC) -, a empresa tem forte vocação para o mar e busca aproveitar ao máximo as vantagens que ele oferece. Somente na unidade capixaba, 75% da produção é escoada pelo oceano para atender às exportações e à planta de Vega que, por sua vez, recebe bobinas de aço via navios e comboio de barcaças, numa iniciativa que desenvolve o mercado doméstico e leva sinergia entre as plantas produtivas.
A ArcelorMittal opera o Terminal de Barcaças Oceânicas localizado na planta de Tubarão e também administra o condomínio do Terminal de Produtos Siderúrgicos (TPS) que tem como propósito principal a movimentação de produtos siderúrgicos. Com foco nos valores segurança, sustentabilidade, qualidade e liderança, trabalha continuamente em seus portos para garantir eficiência nas operações e integridade aos milhares de trabalhadores, próprios ou não, envolvidos em cada etapa do processo logístico.
Para a empresa, investir no transporte marítimo é investir num futuro sustentável. Como evidenciado pela ANTAQ, o modal apresenta uma eficiência energética 29 vezes maior do que o rodoviário e consome 19 vezes menos combustível. Também emite seis vezes menos gás carbônico que o rodoviário, contribuindo para a redução de emissões e mitigação das mudanças climáticas.
Para 2024, a projeção é de que os portos brasileiros movimentem 1,313 bilhão de toneladas. Um número promissor, mas para que o país faça realmente uso de todo o seu potencial de navegação, marítima e interior, é preciso fazer mais. Mais investimentos em infraestrutura, em modernização dos corredores marítimos, desenvolvimento das hidrovias, adoção de políticas públicas que fomentem o investimento, promovendo segurança jurídica, livre concorrência e incentivo à competitividade, incrementando as parcerias com a iniciativa privada.
Com extensão litorânea de quase 7,5 mil km e a maior parte da sua atividade econômica concentrada na região costeira (pelo menos 80% da população reside a até 200 km do litoral), nosso país pode e deve otimizar o uso desse modal.
A ArcelorMittal tem se empenhado nessa evolução. Investindo em segurança, capacitação das pessoas, tecnologia e infraestrutura, a empresa segue navegando rumo a um futuro mais seguro, sustentável e próspero para as próximas gerações.
Rodrigo Augusto Deslandes é gerente geral de Logística da ArcelorMittal.
