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quinta-feira, 2 maio, 2024

Conselheiro do Corecon-ES analisa o Drex – a nova moeda digital do Brasil

Economista Ricardo Paixão fala sobre a novidade, que vai ser utilizada pelos brasileiros somente em 2024

Por Anderson Neto

No dia 7 de agosto desse ano, o Banco Central anunciou o nome da nova moeda digital brasileira: o Drex, anteriormente chamada de Real Digital. Essa nova moeda terá como objetivo facilitar as transações e diminuir os custos operacionais do papel-moeda. A inovação, entretanto, vai ser utilizada pelos brasileiros somente em 2024.

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Segundo o Banco Central, cada letra da palavra Drex possui um significado: D e R são uma referência para Real Digital, enquanto o E vem de “eletrônico”, e o X é usado para passar uma “ideia de modernidade e de conexão do uso de tecnologia de registro distribuído (usada pelo Drex)”. Ele é, basicamente, uma moeda que só existe no ambiente digital, mas que está associada ao tradicional real que você tem na carteira e na conta bancária.

O Drex é uma moeda digital emitida pelo Banco Central com a tecnologia BlockChain (a mesma utilizada nas criptomoedas). Será mais um meio de pagamento com emissão eletrônica, ou seja, sem representação física, que será transacionada de modo 100% digital. A emissão pelo Banco Central garantirá a paridade de R$ 1 para 1 Drex.

Em entrevista ao Portal ES Brasil, o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Ricardo Paixão, analisa a natureza da nova moeda digital e como será sua implantação.

O que é o Drex?

– A diferença crucial entre o Drex e as criptomoedas está no controle totalmente exercido pelo Banco Central do Drex, por uma plataforma que o Banco Central vai criar. Enquanto no caso das criptomoedas o controle é descentralizado, e a criptomoeda é um produto financeiro que gera uma rentabilidade, e que não é substituto da moeda tradicional -, o Drex vai ser um complemento da moeda tradicional, um elemento que vai complementar em algumas transações. E aí a gente vai ver a adesão, a utilização com o passar do tempo.

As criptomoedas são controladas por uma plataforma que utilizam a tecnologia blockchain, enquanto a moeda digital vai ser controlada por uma plataforma ainda a ser criada pelo Banco Central. Essas são basicamente algumas diferenças.

A nova moeda poderá ser usada em casos como a compra e venda de um imóvel sem sair de casa para ir ao cartório, num processo que será atrelado a contratos inteligentes. Como o Drex vai funcionar?

– Então, as instituições vão poder utilizar e a população comum vai poder ter acesso a ele. Pode ter custo, até porque ela difere um pouco dos outros tipos de produtos financeiros, porque, na verdade, o Drex não é uma criptomoeda, não é um produto financeiro. Ou seja, a utilização dessa moeda vai, muito provavelmente, gerar um custo que as pessoas que vão utilizar terão que pagar. Esse valor ainda deve ser definido.

No caso da compra de imóveis, isso funciona de modo que a escritura seja transferida automaticamente para o comprador assim que o pagamento for efetivado. Como tudo ocorre simultaneamente, deixa de existir o intervalo de tempo no processo de compra e venda, trazendo mais segurança para um acerto comercial entre pessoas desconhecidas.

Outra funcionalidade: vai ser possível fazer um PIX com essa moeda, vai ter uma plataforma que o Banco Central vai disponibilizar para poder utilizar. Agora eles estão fazendo testes, na verdade. As instituições que vão utilizar a moeda terão que ser credenciadas e autorizadas pelo Banco Central.

O dinheiro físico vai acabar?

– Não, o Drex não vai substituir na verdade a moeda tradicional, mas será uma espécie de complemento. Trata-se de um novo meio de pagamento. As transações poderão ser feitas em real corrente ou Drex. Assim, o dinheiro físico continuará existindo, como as demais formas de transação do mercado como débito, cartão de crédito, entre outras.

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