Em abril, o Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu, atingindo o menor nível desde julho do ano passado
É o quarto mês consecutivo de queda. O indicador de sondagem do setor cedeu 3,8 pontos, chegando a 85,0 pontos, revelou a Fundação Getúlio Vargas.
A queda no Índice de Confiança da Construção é resultado da junção dos seguintes fatores:
– queda de 3,5 pontos no Índice de Situação Atual (ISA-CST) chegando a 84,3 pontos, ante 87,8 pontos em março.
– queda de 4 pontos no Índice de Expectativas (IE-CST), para 86,0 pontos, o menor patamar desde junho de 2020.
– queda de 7,6 pontos no indicador de demanda prevista, para 84,7 pontos, o menor resultado desde junho de 2020.
Em abril, 16,0% das empresas sinalizaram uma redução do número de empregados nos próximos meses, ao passo que 12,1% indicaram intenção de contratar. Para a FGV, que fez o estudo, o setor andou de lado, sem conseguir deslanchar.
Por outro lado, o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 5,3 pontos porcentuais (p.p), para 77,1%. O Nuci de Mão de Obra deu a maior contribuição, com avanço de 5,6 p.p, chegando a 78,6%, seguido pelo NUCI de Máquinas e Equipamentos, que aumentou 4,4 p, a 70,5%.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Paulo Baraona, comentou que a expectativa do setor para 2021 era que a vacinação seguisse em ritmo acelerado para controlar a pandemia, o que não está acontecendo. Logo no início do ano passado, o setor estava com expectativa alta, com muitos lançamentos previstos.
Ainda de acordo com Baraona, outros dois fatores também estão levando desânimo ao setor. “Os preços dos materiais tiveram aumento excessivo. O aço, por exemplo, teve aumento muito acima da média. Além do valor, o setor está com dificuldades para comprar e receber alguns materiais, o que prejudica muito as obras”.
O segundo fator que ele aponta é a demora na aprovação das reformas administrativas e tributárias. “Todos esses fatores, agravados pela pandemia, têm sido ruim para a confiança do setor empresarial, do setor produtivo, dos investidores e de toda a sociedade. Mesmo os juros mais baixos não conseguem reverter ou minimizar esse cenário porque precisa ter ambiente de negócios. Mesmo quem tem dinheiro não tem confiança pra investir”, afirmou.