Especialistas se reúnem em Roma (Itália), entre os dias 26 e 28 de março para discutir estratégias que auxiliem comunidades a sair da produção de subsistência para benefícios econômicos que proporcionem o desenvolvimento local
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) participa a partir desta segunda-feira, 26, de um encontro promovido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em Roma, na Itália, para discutir a comercialização dos produtos do manejo de florestas comunitárias.
O objetivo é desenvolver estratégias concretas para fortalecer a comercialização de madeira, óleos, sementes, frutos, cascas, por exemplo, para que os extrativistas saiam da produção de subsistência para um patamar em que a atividade traga benefícios reais para o desenvolvimento local. “O manejo múltiplo da floresta, ou seja, de produtos madeireiros e não madeireiros, pode sim gerar renda e ser um fator para que as comunidades se desenvolvam socialmente e economicamente”, afirma o especialista da Gerência de Florestas Comunitárias do SFB, Daniel Mendes, que estará no encontro, intitulado Abrindo as riquezas da floresta para o desenvolvimento comunitário.
Temas
As discussões vão partir de um documento base que enumera desafios relacionados, por exemplo, à regulamentação que envolve direito de posse, taxas e impostos, planos de manejo e transporte e processamento de produtos florestais. Também estarão em pauta governança e transparência, acesso a mercados, financiamentos, capacitação e relação com órgãos governamentais.
A expectativa, segundo a FAO, é concluir o encontro com uma proposta de “roadmap”, ou mapa de caminho para as iniciativas seguintes, com a inclusão de áreas prioritárias para trabalho, prazos e escopo geográfico, além de propostas para ações em parcerias, mecanismos de coordenação e implementação, e papéis dos parceiros e colaboradores.
De acordo com a FAO, a área de floresta sob domínio de comunidades têm aumentado ao redor do mundo, mas os extrativistas ainda não obtêm os benefícios dos recursos florestais para sua melhoria de vida.
Segundo o Cadastro Nacional de Florestas Públicas, quase 50% das florestas públicas do país são de uso comunitário. Juntas, as terras indígenas, reservas extrativistas e desenvolvimento sustentável, além de assentamentos da reforma agrária em áreas de floresta somam 144 milhões de hectares.