Em entrevista, Felipe Rigoni destacou as ações que o Estado vem implementando para justificar os bons resultados no combate ao desmatamento

Por Kebim Tamanini

O evento Sustentabilidade Brasil, uma das maiores conferências do país sobre sustentabilidade e ESG (ambiental, social e governança), destacou discussões essenciais para o futuro do nosso meio ambiente. Durante quatro dias intensos, especialistas, líderes e o público em geral debateram soluções e estratégias para enfrentar os desafios ambientais.

O governo do Estado já delineou os próximos passos com base nas discussões desse evento crucial. A nova edição da conferência já tem data marcada e acontecerá entre os dias 23 e 26 de junho do próximo ano.

Conversamos com Felipe Rigoni, Secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo, que compartilhou suas percepções sobre o evento e discutiu como esses debates podem influenciar as políticas estaduais no futuro. Rigoni ressaltou a importância de integrar as lições aprendidas no evento nas iniciativas locais para promover um desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental.

Entrevista

• Em relação ao evento Sustentabilidade Brasil, há algo que possamos implementar aqui no Estado com base nas discussões e nos painéis que ocorreram?

Felipe Rigoni: O evento foi uma experiência muito rica. Reunimos milhares de pessoas para discutir temas cruciais sobre sustentabilidade e mudanças climáticas. Isso é extremamente importante porque a conscientização é o primeiro passo. Entender que a mudança climática é uma realidade urgente que impacta diretamente todos nós é essencial para avançarmos. Os debates e painéis trouxeram muitas ideias valiosas que podemos adaptar para nossa realidade no Espírito Santo.

• E o que o Estado pretende fazer com as informações coletadas no evento?

Felipe Rigoni: Vamos compilar todas as informações e insights obtidos durante os painéis e palestras. Isso será crucial para formularmos estratégias específicas que poderemos implementar aqui. O evento foi valioso não apenas pelas soluções técnicas discutidas, mas pela oportunidade de juntar tantas pessoas para debater e se conscientizar sobre a sustentabilidade. Esses conhecimentos serão fundamentais para direcionar nossas próximas ações e políticas ambientais.

• O Estado tem avançado em políticas ambientais. O que vem sendo feito?

Felipe Rigoni: Reduzimos o desmatamento da Mata Atlântica em 32,7% no período de 2023 para 2024. E estamos investindo em tecnologias para melhorar ainda mais esse índice. Recentemente, contratamos um sistema de satélites que nos permitirá monitorar em tempo real qualquer atividade na Mata Atlântica, com uma precisão de 3 metros. Qualquer sinal de desmatamento ou incêndio será identificado imediatamente, permitindo uma resposta rápida. Isso demonstra nosso compromisso com a preservação do meio ambiente e a proteção de nossas florestas.

• Além da tecnologia, há outras iniciativas em andamento?

Felipe Rigoni: Sim, estamos aumentando o número de pessoas trabalhando em nossos órgãos ambientais. Recentemente, 42 novos servidores foram contratados pelo IEMA (Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e tomarão posse no dia 18. Isso fortalecerá nossas capacidades nas áreas de licenciamento, proteção e conservação do patrimônio natural, e, claro, na fiscalização. Essas novas contratações são parte de um esforço contínuo para melhorar nossa gestão ambiental e garantir que tenhamos os recursos humanos necessários para enfrentar os desafios futuros.

• Como essas ações influenciam o desenvolvimento econômico do Estado?

Felipe Rigoni: Nosso objetivo é integrar o meio ambiente ao desenvolvimento econômico de forma sustentável. Acredito que resolveremos as questões ambientais quando encontrarmos soluções que sejam economicamente viáveis. Quando o meio ambiente gera valor econômico, todos ganham. Esse é o nosso foco: desenvolver políticas e ações que alinhem proteção ambiental com oportunidades econômicas. Estamos comprometidos em encontrar formas de fazer com que o meio ambiente contribua para o crescimento econômico, sem comprometer nossos recursos naturais. Ao longo dos últimos anos, temos trabalhado incansavelmente para que o Espírito Santo seja um modelo de desenvolvimento sustentável.