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terça-feira, 7 maio, 2024

Promotor identifica fraudes em outros jogos do Brasileirão

Cesconetto disse que o MP já deu início a uma terceira investigação complementar para apurar novas suspeitas de manipulação de partidas

Por redação [Agência Estado]

Um dos responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, que investigou e denunciou jogadores e apostadores envolvidos em manipulação de partidas do futebol brasileiro, o promotor Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, afirmou que detectou “possíveis fraudes” em outras partidas do Brasileirão de 2022 investigadas, além das que já são de conhecimento público.

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“Já identificamos outras possíveis fraudes em jogos da Série de 2022. Realizamos interrogatórios de atletas profissionais e prosseguimos com as investigações”, afirmou o promotor durante depoimento na CPI da Manipulação de Resultados instaurada na Câmara dos Deputados. A CPI promoveu sua primeira audiência nesta terça-feira.

Cesconetto disse que o MP já deu início a uma terceira investigação complementar para apurar novas suspeitas de manipulação de partidas. Ele explicou que ainda vai analisar um “farto material” proveniente de quebra de sigilo bancário e fiscal de pessoas envolvidas no esquema de apostas.

“Há dados que sequer chegaram ao nosso conhecimento até o momento, como a íntegra dos dados bancários que pedimos. Temos que analisar um farto material que pegamos, principalmente de equipamentos eletrônicos”, disse.

Outro membro do MP de Goiás a falar na CPI nesta terça foi o procurador-geral Cyro Terra Peres. Ele disse que as fraudes identificadas nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro e em estaduais deste ano, como o Campeonato Gaúcho e o Paulistão, não comprometeram os resultados dos torneios.

“Essa investigação não detectou, pelo menos até agora, manipulações que comprometessem de forma sistêmica a lisura dos campeonatos, como Brasileiro e os regionais”, comentou Peres. “Identificamos pessoas pontualmente que praticaram ilícitos, se venderam, vamos dizer assim, mas são uma minoria de atletas que não honraram sua profissão, seu clube e sua história”.

Cesconetto corroborou o que disse Peres quando perguntado pelo relator da CPI, Felipe Carreras (PSB-PE), se o esquema de apostas afetou o resultado das competições. “As partidas são específicas e, embora sejam penalmente relevantes, não afetaram a competição de maneira generalizada nem o resultado de quem seria campeão.”

Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo também deu seu depoimento na CPI. Foi ele, que é major da PM de Goiás, que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.

“Essa operação veio num momento muito importante para o futebol brasileiro. Eu posso dizer para vocês, tranquilamente, se isso não acontecesse, nos próximos três, quatro anos, o futebol estaria completamente contaminado”, previu o presidente do Vila Nova.

Hugo Jorge Bravo descobriu o esquema depois que soube que um atleta de seu time, Marcus Vinícius Barreira, conhecido como Romário, recebeu a promessa de ganhar R$ 150 mil para cometer um pênalti no duelo entre Vila Nova e Sport, pela última rodada da Série B de 2022.

O faro de policial lhe ajudou a colher mais informações e a fazer a denúncia ao MP, que deflagrou a primeira fase da operação em fevereiro e a segunda, em abril, quando, segundo Cesconetto, “os apostadores estavam se organizando para tentar fraudar novos eventos na Série A”.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO dividiu os membros da organização em quatro núcleos: financiadores, apostadores, intermediadores e administrativo. Os responsáveis pela apuração sinalizam que o tamanho dessa rede pode ser maior do que a conhecida hoje. Por isso, as apurações seguem para esgotar o tamanho e o alcance do grupo no futebol.

“Não descartamos que há outras pessoas envolvidos nesses núcleos, principalmente os que promovem essa intermediação entre os jogadores e apostadores. Não descartamos outros crimes, outros episódios de corrupção em âmbito esportivo na Série A”, frisou o promotor.

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