Perda da poupança: a nova alta da Selic, definida a 4,25% ao ano, impacta, dentre outras operações, a aplicação em poupança, que passará para 2,98% ao ano para uma inflação oficial que já desponta, estimativamente, na casa de 5% ao ano
Por Samantha Dias
O conselheiro do Corecon-ES Vaner Corrêa acredita que, enquanto a rentabilidade da poupança estiver vinculada à taxa Selic, que via de regra é instrumento de controle da inflação, ela deixará de ser uma possibilidade de proteção dos ativos para os menos favorecidos. “A poupança passou a ser o patinho feio dos ativos financeiros. A rentabilidade anual passou a ficar mais baixa do que a inflação anual”.
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Corrêa explica que o ganho real da poupança, até 2012, era de 6% ao ano, mais ganho nominal definido pela Taxa Referencial (TR). Ou seja, era um investimento atrativo. Porém, naquele ano, o governo federal definiu que quando a Selic ficasse abaixo de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança será de 70% da Selic.
“Desde 2012 a Selic vem caindo. Em 2016/2017 aumentou um pouco e, no ano passado, atingiu seu patamar mínimo histórico de 2% ao ano. Imagine rendimento de 70% de 2%, significa 1,4% ao ano, por isso a poupança deixou de ser bom negócio. Além disso, a TR não tem ganho nenhum desde 2017”, disse o economista.
Pelos motivos de perda da poupança, ela passou a ser o ‘patinho feio’ dos investimentos. Corrêa disse que o Banco Central sinalizou que a taxa Selic pode voltar a subir. Ele acredita que até outubro pode chegar a 6,5% ao ano. “O ideal é que a Selic avance acima de 8,5%. A poupança vai continuar sendo o patinho feio ainda, mas pode ficar mais bonitinho”.