23.3 C
Vitória
sexta-feira, 19 abril, 2024

PGR sugere arquivamento de citação a Hartung

Advogados afirmam que Procuradoria não encontrou elementos na delação para STJ abrir inquérito

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o arquivamento do processo referente ao governador Paulo Hartung (PMDB), iniciado a partir de depoimento do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ, que, em colaboração premiada com a Justiça, havia apontado Hartung como suposto coordenador de repasses de caixa dois para seu grupo político em 2010 e 2012.

A informação foi publicada na edição de domingo (06) do jornal “Folha de S. Paulo”, na coluna “Painel”, e ratificada pelos advogados de Hartung no caso, Rodrigo Lisboa e Rodrigo Rabello. O pedido de arquivamento equivale a dizer que o Ministério Público Federal não encontrou elementos que justificassem a abertura de investigação contra Hartung.

- Continua após a publicidade -

“Tomamos conhecimento disso na sexta à noite, de forma não oficial, por meio da informação de uma fonte da ‘Folha de S. Paulo’ de que isso ia acontecer. De fato, nós já esperávamos que a PGR se manifestasse no mês de agosto”, afirmou Rabello.

PGR sugere arquivamento de citação a Hartung
Advogados de defesa do governador Foto: Jackson Gonçalves

Rabello ainda disse que “a PGR teria dois caminhos: pedir ao STJ o arquivamento ou a abertura de inquérito para eventualmente oferecer a denúncia”.

Segundo a defesa do governador, não houve comprovação dos fatos declarados na delação premiada e deixou claro que ainda que ela existisse não há conduta criminosa, pois Hartung não foi candidato ao governo no ano de 2010.

A defesa complementou afirmando que o ex-secretário de Gabinete do governador e conselheiro do Banestes, Neivaldo Bragatto, e Roberto Carneiro não poderão ser investigados em outra instância. O processo foi arquivado para todos os envolvidos.

“Agora, a própria PGR, órgão que teria legitimidade para pedir a abertura de investigação, está pedindo o arquivamento do caso na fase inicial, porque entendeu que não há o que apurar nesse caso, porque não há nenhuma comprovação do que o delator afirmou, e o governador não foi nem sequer candidato em 2010 e 2012. A delação carece de prova corroborativa”, destacou o advogado do governador.

Confira o vídeo exclusivo em que o advogado explica o arquivamento:
A delação

Em delação, BJ afirmou que, em 2010, a Odebrecht repassou R$ 1 milhão a pedido de Hartung, via caixa dois, por intermédio do então secretário de Estado de Obras, Neivaldo Bragato. Em 2012, teriam sido repassados R$ 80 mil, também não declarados, dessa vez entregues ao atual diretor-geral da Assembleia Legislativa, Roberto Carneiro.

Em entrevista à TV Gazeta no dia 12 de abril, Hartung se disse indignado e chamou a delação de “delírio”. Bragato chamou as declarações de “descabidas”, e Carneiro as tachou de “mentirosas”.

Tramitação

Delação

Benedicto Júnior, o BJ

O governador Paulo Hartung foi citado na delação do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior, o BJ, à força-tarefa da Lava Jato, como suposto coordenador de repasses para campanhas eleitorais do seu grupo político. BJ fez as afirmações em depoimento filmado e também em declaração por escrito.

Processo

Remessa

Em abril, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, ordenou a remessa da delação à PGR, para análise de possível pedido de instauração de inquérito. O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, é o responsável por oferecer denúncias contra governadores no STJ, foro de julgamento dos mesmos.

Defesa

Em julho, a defesa pôde se manifestar por escrito, preliminarmente. Os advogados pediram o arquivamento por falta de provas que embasassem a delação. Alegaram, ainda, que os fatos declarados não ocorreram e que Hartung nem sequer foi candidato em 2010 e 2012.

Arquivamento

Segundo a “Folha”, na última sexta, a PGR solicitou ao STJ o arquivamento do caso. O pedido, no entanto, ainda precisa ser distribuído para um relator na Corte Especial do tribunal.

O relato

R$ 1,08 milhão

Teria sido o valor repassado a Hartung nas eleições de 2010 e 2012, anos em que ele não concorreu.

A delação

“Foram feitas doações para Paulo Hartung e seu grupo político de duas formas: contribuições oficiais e pagamentos usando recursos de caixa dois”

“Cabia a Paulo Hartung a coordenação das arrecadações das campanhas eleitorais”

BENEDICTO JÚNIOR
EX-DIRETOR E DELATOR DA ODEBRECHT

A defesa

“Não há nenhuma comprovação do que o delator afirmou, e o governador não foi nem sequer candidato em 2010 e 2012. A delação carece de prova corroborativa”

“O fato que temos é um pedido de arquivamento da delação premiada em relação ao governador. Não haverá mais procedimento”

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA