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terça-feira, 30 abril, 2024

Morre o escritor e cartunista Milson Henriques

O “pai” da personagem Marly, a soteirona  lutava contra a leucemia desde março e faleceu na madrugada deste sábado (25).  

Cartunista, ator e escritor, Milson Henriques, um dos ícones da cultura do Espírito Santo, estava internado no Hospital das Clinicas, em Vitória, desde março, e faleceu na madrugada deste sábado (25). O enterro do “guerreiro”, conforme divulgaram os amigos de Milson Henriques, está marcado para às 16h30 deste sábado, no cemitério de Santo Antônio, na capital..

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Milson Henriques não é capixaba, nasceu em São João da Barra, no norte fluminense, em 1938. Mas, aos 24 anos chegou ao Espírito Santo, de onde não quis mais sair. 

Morre o escritor e cartunista Milson Henriques

Na foto ao lado, Milson Henriques, por trás, com Rubinho Gomes (que gentilmente nos enviou o raro registro), Amylton de Almeida e Antonio Alaerte após a única apresentação do espetáculo Ensaio Geral, em 1970, no Teatro da Escola Técnica (hoje Ifes). A censura proibiu o texto e “nós fizemos mímica das falas intercalando músicos com Cristina Esteves e Os Mamíferos, que fecharam com É Proibido Proibir, de Caetano Veloso”, contou Rubinho. 

Em 1973 criou sua mais famosa personagem, Marly, a solteirona. Feia, encalhada, carente, mas muito engraçada, Marly nasceu de um desafio proposto por Marien Calixte a Milson Henriques, quando eles trabalhavam juntos no Jornal A Gazeta, de criar um personagem capixaba. Primeiro nasceu Edil Berto, o papagaio vereador. Mas naquela época, para o artista que já era alvo constante do regime militar, tendo sido preso algumas vezes, a melhor opção era deixar a política de lado. 

 E Marly nasceu da sugestão de Marien de que fosse criado algo alienado politicamente, como a uma solteirona que passa o dia todo ao telefone, fofocando com a amiga Creuzodete. 

Morre o escritor e cartunista Milson Henriques

Respeitado por sua história como desenhista, poeta, ator, diretor e autor de peças teatrais e também na música, Milson recebeu várias homenagens no Espírito Santo. Em 2010, sua contribuição para a cultura capixaba foi registrada em documentário, exibida durante homenagem no 17º Vitória Cine Vídeo. No documentário “Minha Vida não é só Teatro” destaque para o pioneirismo do artista na promoção de festivais de cinema, teatro e música, sua participação ativa na efervescência cultural em Vitória, desde a década de 60. Em 2012, a escola de samba Andaraí, do bairro Santa Marta, em Vitória, que já o havia homenageado em 2002, contou na avenida os 50 anos de carreira dele. 

Morre o escritor e cartunista Milson Henriques

Em 2014, o cartunista lançou o livro infantil ‘As Mudanças de Beto’, que trata da diferença de valores, hábitos e costumes entre o campo e a cidade, e termina com uma série de rimas sobre animais e naturezas, o ‘Zoo Ilógico’.  A obra teve toda a renda revertida para a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci). 

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