Com os cortes na taxa básica, os investidores pequenos estão se arriscando na renda variável.
Por Gustavo Costa
Depois da bonança, vem a tempestade. O ditado está invertido para explicar o que está acontecendo com os investidores pequenos no Brasil nesse momento. Após cortes na Selic – hoje está em 12,25% ao ano e deve seguir caindo – muitos dos poupadores que aproveitavam os juros altos para surfar na rentabilidade segura de produtos como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) se voltaram para a Bolsa.
Foi o que apontou o levantamento feito pela XP com 361 assessores de investimentos, realizado entre 7 e 12 de novembro. O estudo mostra o primeiro aumento no interesse dos clientes por Bolsa nos últimos 90 dias: de 37% passou para 40% o percentual de assessores que indicam a renda variável para os clientes. O levantamento traz ainda a informação de que apenas 10% pretendem reduzir sua alocação em renda variável.
É o caso de Clailton Correia, que pouco a pouco vai aumentando o risco em seus aportes. “Para aumentar o meu patrimônio, tenho que me arriscar cedo ou tarde. Claro, fazendo tudo com cautela. Mas já aumentei os aportes em ações perto do que vinha fazendo meses atrás. Parte ainda vai para a renda fixa, mas depois que a reserva foi criada, o volume já não é tão alto”, disse o professor, que fala acompanhar diariamente o movimento das empresas em que investe.