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sábado, 27 abril, 2024

Generais concordam com cessar-fogo no Sudão

A Organização Mundial da Saúde informou que pelo menos 296 pessoas foram mortas no conflito no Sudão

Com a capital do Sudão, Cartum, paralisada por um quinto dia de confrontos violentos, o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército do Sudão concordaram com um novo cessar-fogo de 24 horas nesta quarta-feira, 19, um dia depois que uma trégua proposta semelhante desmoronou em meio a tiros e explosões.

O RSF apontou em um comunicado no Twitter que interromperia os combates às 18h no horário local (13h de Brasília).

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Os dois lados se acusaram sobre quem foi o responsável por violar o cessar-fogo anterior, que foi costurado na terça-feira, 18.

Milhões de pessoas estão abrigadas em suas casas em Cartum e em outras cidades, aumentando o temor de uma catástrofe humanitária, já que os moradores estão com acesso limitado à comida e água. A eletricidade também é considerada escassa.

A Organização Mundial da Saúde informou que pelo menos 296 pessoas foram mortas e mais de 3.000 ficaram feridas desde o início dos confrontos no sábado, embora o número real seja provavelmente muito maior.

Moradores de vários bairros de Cartum disseram à Associated Press que puderam ver centenas de pessoas deixando suas casas, algumas saindo a pé e outras se amontoando em veículos. Os moradores aguardavam um cessar-fogo, mas com a falta de suprimentos, muitos decidiram arriscar uma fuga.

“Cartum se tornou uma cidade fantasma”, apontou Atiya Abdalla Atiya, secretário do Sindicato dos Médicos, que ainda está na capital.

O Japão anunciou que estava mobilizando um avião militar para evacuar dezenas de cidadãos japoneses do Sudão, tornando-se a primeira nação a anunciar um plano de evacuação. Contudo, ainda não está claro como o plano será efetuado em meio ao fechamento do principal aeroporto de Cartum para voos. Os Estados Unidos anunciaram que não tem planos para uma evacuação coordenada.

Já o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que está em contato com os brasileiros que residem no Sudão e está tentando costurar ações de assistência conjunta com outras nações.

Hospitais foram esvaziados e comboios diplomáticos foram atacados

Os hospitais em Cartum estão ficando perigosamente sem suprimentos médicos, muitas vezes operando sem energia e água potável, apontou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em comunicado. Dezenas de centros de saúde em Cartum e em todo o país pararam de funcionar porque estão perto de confrontos, afirmou o Sindicato dos Médicos Sudaneses na quarta-feira. Pelo menos nove hospitais foram bombardeados, acrescentou o sindicato

“Nossa prioridade urgente é levar assistência médica aos hospitais e tentar consertar as linhas de água e energia para que possam tratar os feridos”, disse Patrick Youssef, diretor regional do CICV na África. Mas os combates impossibilitaram o acesso às instalações.

Em meio a escalada dos conflitos, um comboio diplomático dos EUA foi alvejado, mas nenhum funcionário dos EUA ficou ferido. Já o embaixador da União Europeia (UE) no Sudão, Aiden O´Hara foi atacado dentro de sua casa.

De acordo com um porta-voz da UE, o escritório do bloco europeu em Cartum está funcionando e a delegação não está sendo evacuada Além disso, o embaixador já retornou ao trabalho.

Entenda o conflito

Os confrontos que chegaram no quinto dia envolvem tropas de dois generais, que eram aliados: Abdel-Fattah Burhan, comandante das Forças Armadas, e o general Mohammed Hamdan Dagalo, chefe do RSF. Ambos orquestraram em conjunto um golpe militar que ocorreu em outubro de 2021 e agora disputam a hegemonia do poder. Nos últimos meses, organismos internacionais intermediaram um acordo entre os comandantes e partidos políticos para restabelecer a democracia sem sucesso.

Sob pressão internacional, Burhan e Dagalo concordaram recentemente com um acordo com partidos políticos e grupos pró-democracia. Mas a assinatura foi repetidamente adiada à medida que aumentavam as tensões sobre a integração do RSF nas forças armadas e a futura cadeia de comando.

Com informações de Agência Estado

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