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quinta-feira, 2 maio, 2024

Geladeira com livros faz sucesso em Maruípe

Gelatoteca: livros ajudam na realização de projetos de adolescentes do Projovem

Uma geladeira diferente tem chamado atenção de adolescentes e, até mesmo, de adultos que frequentam o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Maruípe. É que o equipamento foi transformado em uma Gelatoteca, que além de oferecer livros, também tem sido o caminho para construção e realização de projetos pessoais de adolescentes participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de 15 a 17 anos – Projovem.

A geladeira quebrada tem descongelado sonhos e aberto novas oportunidades na vida de pessoas como da cozinheira Maria Aparecida Maciel Amorim, de 46 anos, e das adolescentes Karoliny Bruno Silva e Hillary Vieira Fernandes.

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Para a Karoliny, a Geladoteca foi como se colocassem luz em palavras, lugares, coisas e oportunidades que jamais havia tido contato. Ela estava no Projovem, na montagem do espaço, em 2019. “Com a leitura, aprendi palavras diferentes e melhorei minha escrita. Estou feliz com o caminho que construí e estou construindo. Cheguei a lugares e conheci pessoas na qual nunca imaginava conhecer”, afirmou a adolescente.

Ao ser questionada que lugar era esse, Karoliny disse que: “Um ano depois de começar a usar a Gelatoteca, fui ao Tancredão conhecer o autor do livro que mais gostei de ler até hoje – “Classe Média Baixa”, do professor de Literatura e Língua Portuguesa Wagner Silva Gomes, que usa a periferia de Vitória como cenário e retrata a favela com muito orgulho e sinceridade”.

Como veterana da Gelatoteca, Karoliny demonstra orgulho de ter visto nascer esse projeto dentro do Projovem do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Maruípe. “A Geladoteca abre portas para o conhecimento. A implantação dela foi incrível e um grande incentivo. Tenho certeza de que pode incentivar outros jovens também. Da mesma forma que foi boa para mim, espero que seja boa para outras pessoas e que seja útil na caminhada de todos que a conhecerem”, declarou a adolescente.

A trajetória de vida da cozinheira Maria Aparecida, mais conhecida como Cida, ganhou novos contornos, também a partir do momento que ela passou a usufruir dos livros acondicionados dentro do equipamento. Cida não se envergonhou em admitir que, até ter acesso aos livros da Gelatoteca, nunca havia sido amante da leitura. Quando o espaço foi inaugurado, por coincidência no dia do seu aniversário, ela seguiu o conselho do filho Wemerson (24) e pegou de vez dois livros para ler.

“Fui sentindo minha mente se abrindo para a leitura. Fui enxergando novos horizontes. Aí passei a me interessar pelos livros. O Kleber, (educador do Projovem) sempre me incentiva, falando: “Cida leia, estude, porque você tem capacidade. Você consegue. Você ainda é jovem. E eu pensava que aos 40 e poucos anos já era velha demais para me interessar por livros, que não tinha tempo para nada, quanto mais para pensar em outras coisas”, relatou.

De lá para cá já foram muitos títulos. Cida foi mudando a visão de sua própria vida. “Comecei a ver que não estou velha. Estou super jovem para começar de novo”, afirmou a cozinheira. Com essa potência, Cida ingressou na faculdade de Nutrição e, já vislumbra cursar Psicologia. “Faço uma faculdade e já penso em fazer outra. Amo gastronomia. Amo o que faço hoje e amo ler. Amo as oportunidades que os livros me proporcionaram”, declarou.

Hillary Vieira Fernandes disse não ter dúvida alguma de que a Gelatoteca fez elevar o número de leitores dentro do Projovem, e entre pessoas que tiveram algum contato com o espaço. Ao ser questionada sobre o impacto dos livros na sua vida, Hillary foi imediata: “A leitura me ajudou a desenvolver meu vocabulário, ampliar meus conhecimentos, desenvolver minhas habilidades de escrita, fazendo com que várias oportunidades se abrissem para mim”.
 

A próxima pergunta foi: quais as oportunidades? Com a voz expressando felicidade e orgulho, Hillary disse: “A porta do emprego. Essa se abriu ainda enquanto frequentava o Projovem. Depois passei em um processo seletivo que me trouxe de volta ao Cras, mas dessa vez como profissional”.

Hillary disse, ainda, que sempre foi apaixonada pela leitura, mas tinha dificuldade de acesso. “Eu buscava muito conhecimento. Sonhava com uma vida melhor. Depois de tantas experiências e estudos estou conseguindo alcançar os objetivos sonhados quando eu era mais nova”, disse ela.

O educador social Kleber Marins afirma que o espaço foi construído para ser frequentado pelos usuários do Projovem e que ainda hoje continua impactando na vida de muitas famílias. Agora, a equipe decidiu disponibilizar exemplares em caixas na porta de entrada do Cras Maruípe. “Tem uma senhora que passa com frequência e retira livros infantis, dizendo ser para os netos”, comentou o educador social Janio Silva.

A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, destaca que a leitura é um instrumento para que as pessoas se apropriem de seus direitos e possam ampliar sua visão de mundo. “No Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos buscamos sempre potencializar o sonho das pessoas e saber que no Cras de Maruípe existem tão boas experiências com a Gelacoteca para diferentes públicos nos faz ter a certeza que a Assistência Social faz muita diferença na vida das pessoas”, celebra a secretária. 

Com informações da Prefeitura de Vitória.

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