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quinta-feira, 2 maio, 2024

Espírito Santo acumula 147 mil casos de dengue em 2023

Estado tem 70 óbitos causados pela doença, mais da metade é de pacientes com comorbidades

Por Rafael Goulart

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa), o Espírito Santo acumula, desde o começo do ano até 26 de junho, 147.836 casos confirmados de dengue e 70 óbitos.

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De acordo com levantamento de dados do Centro de Operações de Emergência Arboviroses (COE/ES) – quando havia 42 óbitos confirmados, cerca de 56% dos óbitos foram de pacientes com comorbidades como diabetes, doenças autoimunes, respiratórias e hipertensão. 

Em relação à faixa etária: 76% dos pacientes que foram a óbito tinham mais de 40 anos, sendo, 11 (26%) na faixa de 80 a 89 anos e nove (21%) na faixa de 60 a 69 anos.

“A hipertensão era comum em 18 dos 24 óbitos por dengue que tinham comorbidades. É importante que todos, tendo ou não comorbidade, possam se cuidar contra a dengue, ajudando na fiscalização dos locais, na limpeza, utilizando repelente etc. Além disso, aqueles que já têm uma doença de base, é importante não deixar de se cuidar e fazer o tratamento adequado”, informou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso.

Vacina

Aprovada em março (02) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma Ltda, já está disponível em clínicas de Vitória.

O imunizante usa a tecnologia de vírus atenuado e, nos testes clínicos, demonstrou uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos do vírus, com uma duração de 12 meses após a administração da vacina.

Na CVP Vacinas, uma dose custa R$ 450,00, já o esquema completo com duas doses, custa R$ 830,00.

Diferente da vacina Dengvaxia, que já estava disponível no Brasil, a Qdenga é destinada a um público mais amplo, de 4 a 60 anos de idade, e pode ser administrada inclusive em quem nunca teve nenhum tipo de dengue.

Além disso, o imunizante da farmacêutica francesa Sanofi é contraindicado para quem nunca teve dengue, pois nos testes clínicos foi observado um risco aumentado de complicações para esses casos. 

Já o imunizante japonês só é contraindicado para gestantes, lactantes, imunossuprimidos, pacientes em quimio e radioterapia e menores de 4 anos.

“Para quem teve dengue recentemente, é necessário fazer um intervalo de 3 meses para a receber a Qdenga”, explicou a gerente de enfermagem da CVP Vacinas, Natália Carvalho.

Circulação do sorotipo 2

A volta da circulação do Sorotipo 2 do vírus da dengue aumenta o risco de uma epidemia já que durante anos essa cepa estava fora de circulação em quase todo o território nacional.

O vírus da dengue, uma vez contraído gera anticorpos para a vida toda. Com isso, os seres humanos só são capazes de contrair cada um dos quatro sorotipos da dengue uma vez na vida, ou seja, cada pessoa só terá dengue quatro vezes na vida toda, a menos que uma nova cepa surja.

Porém nos últimos anos o Sorotipo 2 não estava circulando, ou seja, poucas pessoas estão imunizadas devido ao contato com essa cepa, sejam as pessoas que entram em contato e desenvolvem a doença ou as que acabam por não apresentar sintomas graves.

Essa falta de imunidade da população influencia em todo o ciclo de proliferação da doença, já que o vetor, o mosquito Aedes Aegypti, encontrará mais hospedeiros infectados e depois de adquirir o vírus ao picá-lo, encontrará mais hospedeiros sem imunidade.

Testes e aprovação

De acordo com a Anvisa: Na avaliação clínica da vacina Qdenga foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soropositivos e soronegativos) em 12 meses após administração da vacina.

A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.

A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária européia (EMA), tendo recebido uma recomendação positiva no âmbito do programa “EU Medicines for all”, um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos que se destinam a ser utilizados em países de baixa e média renda fora da União Europeia (UE), e tendo sua comercialização aprovada na União Europeia em 20/12/2022.

Durante a análise técnica realizada pela Anvisa, realizou-se um painel para a discussão de alguns pontos do processo de registro com especialistas do país que detém notório saber sobre a doença. Essa discussão ocorreu em 10/01/2023 e em seguida os especialistas apresentaram um Parecer opinativo sobre o produto e sobre as condições de uso pleiteadas pela empresa, com o objetivo de subsidiar a análise realizada pelos técnicos da Agência.

A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, contudo, segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa.

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