Em 2023 foram 5.199 gestações de crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos
Por Kebim Tamanini
Os índices de gestações em adolescentes, embora ainda sejam altos, tem mostrado uma tendência de redução nos últimos anos. Em 2023, o Estado fechou o ano com o menor índice dos últimos seis anos, registrando 5.199 gestações em crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos, representando 10,66% do total de todas as gestações.
Comparado a 2018, houve uma redução ainda mais significativa, com 33% a menos de gravidezes no ano passado. A Secretaria da Saúde (Sesa) atribui essa queda a diversas atividades realizadas pela Atenção Primária relacionadas à saúde sexual e reprodutiva. Isso inclui a vacinação conforme o calendário para a faixa etária, a distribuição de medicamentos (incluindo tratamentos para Infecções Sexualmente Transmissíveis, como a sífilis) e a oferta de preservativos e outros métodos contraceptivos.
Além disso, a Sesa tem promovido atividades educativas nas escolas e em ambientes frequentados por adolescentes, abordando temas relacionados à educação em saúde, tanto para os jovens quanto para seus pais e familiares. Essas iniciativas são complementadas por visitas domiciliares quando necessário.
“O Programa Saúde na Escola (PSE), presente nos 78 municípios capixabas, aborda a prevenção da gravidez na adolescência. A parceria entre a Unidade Básica de Saúde e a escola é fundamental para a prevenção da gravidez na adolescência”, destaca a gerente de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (Geporas), Daysi Koehler Behning.
Nível Brasil
A realidade no país também reflete a importância dessas preocupações. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), um em cada sete bebês brasileiros é filho de mãe adolescente. Diariamente, 1.043 adolescentes se tornam mães, e a cada hora, 44 bebês nascem de mães adolescentes, sendo que duas delas têm entre 10 e 14 anos.
A presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Maranhão (Sogima), Erika Krogh, enfatiza a necessidade de discutir políticas para reduzir esses números absolutos de gestações na adolescência. Embora a frequência de gravidez na adolescência esteja diminuindo desde 2021, o total ainda é motivo de preocupação.