O Espírito Santo é o 11º entre os estados brasileiros com o menor percentual de dívidas negativadas por empresas em 2022
Por Amanda Amaral
O Espírito Santo ficou em 11º lugar no ranking dos estados brasileiros com o menor percentual de dívidas quitadas pelas empresas ao final de 2022, menos da metade das contas atrasadas em até 60 dias após a negativação foram pagas (46,7%).
As informações são do acumulado de 2022 do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian. Piauí mostrou o melhor desempenho de todo o país com relação à recuperação de crédito (62,4%), seguido pela Paraíba (56,7%) e Roraima (56,3%). O pior resultado foi registrado no Distrito Federal, apenas 25,1% das dívidas foram quitadas pelos empreendedores no ano passado.
Na análise por Unidades Federativas (UFs), o índice mostrou que o Nordeste encerrou o ano de 2022 sendo a região com o maior percentual de quitações, chegando a 50% dos encargos ressarcidos. Logo atrás vem o Sul (47,6%), Centro-Oeste e Sudeste (41,6%) e, por fim, o Norte (41,4%).
Na Região Sudeste, o Espírito Santo obteve o segundo melhor índice, perdendo apenas para Minas Gerais (51,1%). Em São Paulo, as empresas terminaram o ano passado com 38,2% das contas atrasadas pagas, e no Rio de Janeiro, 41,6%.
A média nacional de regularização das contas atrasadas de empresas foi de 44,3% no acumulado de 2022. De acordo com a Serasa Experian, foi a pior média anual desde o início da série histórica do levantamento, em 2018.
Prioridades das empresas
A categoria mais contemplada por pagamentos foi a “Outros”, que engloba indústrias, empresas do segmento primário e do terceiro setor, com 53,1% das dívidas ressarcidas. Em seguida, os empresários optaram por ressarcir débitos com o Varejo (51,5%). Em terceiro lugar, Utilities – que se refere a serviços de gás, energia elétrica, água, entre outros, foi o setor com mais dívidas quitadas (49,2%).
Ainda segundo o índice, em 2022, os débitos negativados de até R$ 500,00 foram os mais quitados (48%), seguidos por aqueles com valor superior a R$10 mil (46,4%), de R$ 500,00 a R$ 1 mil (43,7%), entre R$ 1 mil e R$ 2 mil (41,5%) e débitos de R$ 2 mil a R$ 10 mil (39,3%). De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, “o ano de 2022 foi marcado por altas na inadimplência dos consumidores e nas taxas de juros, fatores que influenciam negativamente o comportamento de recuperação das empresas. Quanto menor forem os recebimentos de recursos no caixa das empresas, maior será a dificuldade em liquidarem seus débitos. Nesse contexto, quando olhamos para o histórico, vemos uma tendência de priorização das contas mais baratas, assim como das mais recentes, vencidas em até 30 dias”, explica.
Metodologia da pesquisa
O Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian considera o número de dívidas incluídas no sistema de inadimplência em cada mês específico. A medida de até 60 dias para quitação dos compromissos financeiros deste indicador foi selecionada por refletir a régua comum utilizada pelas soluções de cobrança, mas esse tempo pode variar de acordo com cada credor, segundo a empresa. A série histórica do índice é curta, com dados retroativos desde 2017, dessa forma, não é possível afirmar períodos de sazonalidade, uma vez que seria necessário contar com no mínimo cinco anos de observação para fazer essa análise.